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Irmão de Battisti elogia Lula e defende refúgio político

2 fev 2009 - 18h33
(atualizado às 21h30)
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Domenico Battisti, irmão mais velho do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti, disse nesta segunda-feira, ao comentar a decisão do governo brasileiro de conceder o status de refugiado político a seu irmão, que considera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um "grande homem". As informações são da agência Ansa.

Cesare Battisti, 54 anos, é o pivô de uma crise diplomática entre Brasil e Itália. Preso no Brasil desde 2007, o ex-militante do PAC recebeu o refúgio político do ministro da Justiça, Tarso Genro, no último dia 13 de janeiro. Em seu país, ele foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos ocorridos entre 1978 e 1979.

Desde então, o governo italiano tem pedido reiteradas vezes sua extradição. A decisão final sobre o caso, porém, caberá ao Judiciário brasileiro.

"Os italianos pensavam que o Brasil era um país de terceiro mundo", disse Domenico Battisti, em entrevista ao canal de notícias da televisão italiana Sky Tg24. "Mas o (presidente) Lula é um grande homem."

Domenico disse que espera uma ratificação da concessão do refúgio por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), que começa a analisar o caso nesta semana, impedindo assim a extradição de Battisti para a Itália.

O irmão do ex-militante contestou as recentes declarações de seus ex-companheiros da organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) Sebastiano Masala e Giuseppe Memeo, e da viúva do também ex-militante Gabriele Grimaldi. No fim de semana, os três criticaram a postura de Battisti, que os havia acusado em uma carta de serem os mandantes dos crimes pelos quais ele próprio foi condenado à prisão perpétua.

"Ao meu irmão não deram nem mesmo uma possibilidade. Os outros, em vez disso, estão todos fora (da prisão). Até aqueles que mataram Aldo Moro", comentou Domenico, referindo-se aos membros das Brigadas Vermelhas que sequestraram e mataram o ex-premier italiano, em 1978.

Domenico disse que conversou pela última vez com o irmão pelo telefone, em novembro do ano passado. Segundo ele, Battisti estava "sereno" e expressou "muita confiança" no governo brasileiro. O italiano reiterou que estará sempre ao lado do irmão mais novo. "É o meu irmão, e quem abandona um irmão é um animal", ressaltou.

Fonte: Terra
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