PUBLICIDADE

Política

Associação italiana defende decisão do Brasil sobre Battisti

28 jan 2009 - 14h35
Compartilhar

A associação italiana Antigone, que luta pelos direitos e garantias no sistema penal, declarou apoiar a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político ao ex-militante Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. As informações são da agência de notícias Ansa.

Segundo o presidente da instituição, Patrizio Gonella, a Itália ficou famosa no exterior por uma legislação de emergência imposta durante os anos de chumbo (de 1968 ao início da década de 1980). "As penas durante os anos de chumbo eram desproporcionais", afirmou.

"Além disso, existe na Itália um regime de cárcere-duro para os mafiosos e terroristas (art. 41, bis), que o juiz federal (norte-americano) D.D Sitgraves considera ultrapassar os limites da tortura", explicou o presidente da Antigone.

Gonella também comentou a proposta de alguns políticos italianos de anular o amistoso entre as seleções da Itália e do Brasil, programado para 10 de fevereiro, em repúdio a decisão brasileira.

"Agora o Brasil é quem deveria se recusar de jogar com a Itália", pois o país está "aprovando atualmente um projeto de lei racista sobre segurança (o DDL 733), que institui, por exemplo, que um cidadão brasileiro sem permissão de residência na Itália não poderá mais ir a um hospital sem ser denunciado", declarou.

Cesare Battisti, 54 anos, era militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e recebeu o status de refugiado político no último dia 13 pelo ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, que alegou existir um "fundado temor de perseguição política" contra o italiano caso ele seja extraditado.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade