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Polícia

Condenado a 47 anos lança 'campanha' à Presidência

27 jan 2009 - 17h20
(atualizado às 19h07)
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Laryssa Borges

Direto de Brasília

Condenado a 47 anos por assassinato, seqüestro e roubo, o ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, 61 anos, que está foragido da Justiça desde dezembro, lançou um site onde anuncia a sua candidatura independente à Presidência da República. Contudo, pela legislação eleitoral, detentos em condenação definitiva não podem se candidatar enquanto a pena não for efetivamente cumprida. Mesmo assim, o ex-pupilo de Ivo Pitanguy prometeu abrir mão do salário e se tornar o "Nelson Mandela" brasileiro.

Hosmany foi beneficiado com saída temporária de Natal, mas decidiu não voltar para a prisão, apesar de ainda não ter cumprido a íntegra de sua pena. Ele se disse inocente e informou que sua condenação foi articulada pelo governo militar. "Eu estava programado pelas forças ocultas da ditadura para ser condenado. Apesar da minha inocência, apesar da total falta de provas, acabei condenado. Obviamente porque forças estranhas do governo militar agiam por trás do pano", disse o ex-cirurgião no recém-lançado site de sua "campanha" ao Palácio do Planalto.

Apesar da impossibilidade da candidatura, Hosmany disse que pretende abrir mão do salário de cerca de R$ 10 mil mensais e de toda a estrutura presidencial: carro oficial, seguranças e as residências oficiais do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto, em Brasília.

"Serei no Planalto figura exemplar. A prisão me ensinou a viver com pouco. Portanto, abrirei mão do salário e de toda a mordomia do Palácio, (viverei) à moda Gandhi. Aprendi que o homem não precisa de mais do que duas mudas de roupa e de um prato de comida para viver. É tudo que quero chegando lá", afirmou em seu site.

O ex-cirurgião afirmou ainda que, durante os anos da cadeia, foi "amadurecido e moldado pelo sofrimento". Hosmany Ramos disse, em meio a logomarcas de estrelas amarelas, que fará "um governo justo com distribuição de renda para todos".

A arrecadação dos fundos da "campanha" de Hosmany Ramos já começou. Apesar de contrariar a legislação eleitoral brasileira, que proíbe camisetas, santinhos e brindes em geral, os potenciais "eleitores" do presidiário foragido da cadeia de Valparaíso, no interior paulista, podem fazer doações espontâneas ou adquirir souvenirs do ex-cirurgião. Estão à venda camisetas, botons, adesivos, canecas, livros e bonés. A cada R$ 50 em doações, é enviado ao eleitor, de acordo com informações no site, uma camiseta com a estrela símbolo da campanha.

Fonte: Terra
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