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Polícia

Sinais de riqueza de PMs serão apurados, diz Beltrame

29 set 2011 - 21h57
(atualizado às 22h04)
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O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou nesta quinta-feira que policiais militares passarão a ser investigados quanto a sinais aparentes de riqueza. O objetivo é combater casos de corrupção na tropa, verificando se a renda do policial é compatível com o padrão de vida que ele ostenta.

Patrícia foi assassinada quando chegava a sua casa, em Niterói
Patrícia foi assassinada quando chegava a sua casa, em Niterói
Foto: Reprodução

"Essa questão dos sinais aparentes de riqueza, nós estamos terminando uma resolução nesse sentido, para que possamos iniciar a possibilidade de trabalhar em cima disso", disse o secretário, durante a apresentação do novo comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, que assumiu no lugar do coronel Mário Sergio Duarte.

Recentemente, policiais que trabalhavam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Fallet e Fogueteiro, na zona norte, foram flagrados com R$ 13 mil em dinheiro proveniente de propinas pagas pelos traficantes. Nas investigações feitas no 7º Batalhão de Polícia Militar de São Gonçalo, como parte do inquérito sobre a morte da juíza Patrícia Acioli, também foram descobertas ações ilegais das equipes policiais, na apreensão de mercadorias e no pagamento de dinheiro por traficantes.

Duarte pediu demissão alegando ser o responsável pela nomeação do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira para o comando do 7° BPM. O militar, exonerado, foi preso nesta semana, suspeito de ser o mandante da morte da juíza, em agosto. Ele foi acusado por um cabo que confessou participação no crime. Oliveira nega as acusações. Outros cinco policiais estão presos suspeitos do assassianto.

Segundo a investigação do crime, Patrícia reunia elementos para determinar a prisão do então comandante por suspeita de execução e envolvimento com corrupção. Horas antes de ser morta, a magistrada assinou mandados de prisão contra três PMs do 7º BPM acusados de forjar um auto de resistência durante uma operação em que o jovem Diego de Souza Beliene, 18 anos, foi morto no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo, em junho.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Agência Brasil Agência Brasil
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