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Ásia

'Não sabemos se terá comida', diz brasileiro no Nepal

Músico Ivam Ciríaco também teme falta de água, já que o país enfrenta constantemente problemas de abastecimento

27 abr 2015 - 13h47
(atualizado às 14h17)
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Terremoto matou mais de 3,5 mil pessoas no Nepal. Foto: Ivam Joyve/Facebook
Terremoto matou mais de 3,5 mil pessoas no Nepal. Foto: Ivam Joyve/Facebook
Foto: BBC Mundo / Copyright

Por precaução, Ivam está dormindo há dois dias na garagem.

Após sobreviver ao terremoto que matou mais de 3,5 mil pessoas no Nepal, o músico brasileiro Ivam Ciríaco enfrenta agora o medo da falta de água e comida.

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"Não sabemos se terá comida para comprar", disse à BBC Brasil.

Além de comida, o músico, de 29 anos, teme que falte água. Segundo ele, o país já tem um problema constante de abastecimento de água e, nesta segunda-feira (27), os supermercados não abriram.

Ele diz ter conseguido comprar algumas garrafas de água pequenas, mas afirma que não será suficiente.

Momento do terremoto: vídeos mostram pânico no Nepal:

Segundo Ivam, a situação "está muito tensa" e "os tremores não param".

Natural de Minas Gerais, Ivam vive com a família no Nepal há dois anos.

Sua casa não foi destruída, mas eles estão dormindo na garagem desde sábado, por precaução.

Mesmo com chuva, brasileiro dorme na garagem por segurança. Foto: Ivam Ciriaco
Mesmo com chuva, brasileiro dorme na garagem por segurança. Foto: Ivam Ciriaco
Foto: BBC Mundo / Copyright

"Amigos, a noite não foi fácil. Dormimos fora de casa e não esperávamos chuva... Ela veio! Muito difícil para nós e quase impossível para centenas de famílias desabrigadas", diz um post em sua conta no Facebook.

Pessoas que tiveram casas destruídas acampam nas ruas.

Ivam contou à BBC Brasil que viu "muitos feridos e mortos" e uma mulher dando à luz no meio da rua.

Ele, que tem um sensor de terremoto, estava dentro de casa quando o primeiro tremor ocorreu. Correu para buscar o filho que dormia, enquanto sua mulher deixava o local. "A medida que a gente ia tentando sair eu fui caindo dentro da casa, caindo, caindo, até conseguir chegar na porta."

Vizinho a um hospital, Ivam viu uma cena marcante: enquanto os pacientes internados tentavam sair, os feridos pelo terremoto tentavam entrar.

"A cena dos hospitais foi muito triste. As pessoas feridas tentavam entrar para serem socorridas, mas os médicos, os enfermeiros, saíram todos".

Ele teme que o número de mortos nunca seja descoberto - segundo ele, o costume local é cremar os corpos e muitas cremações estão ocorrendo sem conhecimento das autoridades.

Ajuda

De acordo com o Itamaraty, 96 brasileiros que estavam no Nepal já foram localizados e passam bem.

Até o momento, foram confirmadas 3.726 mortes no país e mais de 6.500 pessoas ficaram feridas. Milhares estão vivendo em acampamentos improvisados depois que suas casas foram destruídas.

Além da escassez de comida e água, também há falta de eletricidade - e preocupação com doenças.

O governo pediu que outros países enviassem materiais de socorro e equipes médicas.

China e Índia enviaram equipes de emergência, assim como o Paquistão, que disse que estava enviando aviões com um hospital de 30 leitos. Outros países, com Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia também estão contribuindo.

Mas o congestionamento no aeroporto de Katmandu causou atrasos - segundo uma TV indiana, um voo de ajuda vindo da Índia teve que retornar.

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