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Na Rússia, Dilma espera superar impasse sobre carne brasileira

13 dez 2012 - 13h37
(atualizado às 13h42)
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Em seu primeiro dia de viagem oficial a Moscou, a presidente Dilma Rousseff disse que há boas chances de se chegar a um "resultado positivo" a respeito da restrição da Rússia à importação de carnes do Brasil. A declaração foi feita após reunião com o primeiro-ministro Dmitri Medvedev.

As carnes bovina, suína e de frango constituem o maior produto de exportação brasileira para a Rússia, sendo responsáveis por 36% do total das vendas do Brasil ao país. No ano passado, o comércio de carne somou US$ 1,5 bilhão.

A Rússia também é o maior mercado para a carne bovina brasileira no mundo e o segundo maior importador de carne suína.

O comércio, no entanto, foi prejudicado em junho do ano passado, com a imposição na Rússia de um embargo à compra de carne de três dos mais importantes Estados produtores de gado no Brasil - Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

Recentemente, o embargo foi suspenso. Mas, para que as exportações sejam retomadas, é preciso que as autoridades sanitárias russas forneçam certificados autorizando a compra. Também é necessário a edição de um comunicado oficial do governo russo.

Não há quaisquer informações quanto ao prazo para que isso ocorra. Autoridades brasileiras e representantes do setor agropecuário estão céticos de que isso aconteça rapidamente.

Dilma encontrou-se com Medved na Casa de Recepções do governo russo, em Moscou.

Substância vetada

A Rússia exige que a carne exportada para o país esteja isenta de substâncias que aceleram o crescimento do gado, como a ractopamina. Como o produto é amplamente utilizado na criação de suínos, a proibição acaba por prejudicar o comércio brasileiro.

Uma opção para o Brasil é oferecer ao mercado russo produtos advindos de propriedades que não fazem uso da substância em seus planteis. China e países europeus também fazem restrições ao uso da ractopamina.

Para autorizar a retomada do comércio, os russos exigem que os produtores brasileiros apresentem certificados de que seus planteis não fazem uso da substância.

Após o encontro em Moscou, Dilma afirmou que Medvedev não deu detalhes sobre qual será o resultado positivo que ela antevê, mas afirmou que o primeiro-ministro "considera que os produtores brasileiros tomaram todas as medidas (exigidas)''.

O setor agropecuário do país também se viu sob maior pressão internacional nos últimos dias, após o Irã e o Japão anunciarem restrições à carne brasileira. Autoridades sanitárias do Irã disseram ter descoberto um lote do produto suspeito de estar contaminado com o mal da vaca louca.

As suspeitas, até o momento, não levaram a Rússia a impor novas medidas restritivas. "Nós estamos analisando", afirmou Alexei Alekseenko, porta-voz do órgão de fiscalização de saúde animal russo, sem fornecer mais detalhes.

Diplomacia do samba

As restrições ao comércio de carne serão um dos temas centrais no encontro que a presidente terá nesta sexta-feira com o colega russo, Vladimir Putin, como adiantou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

A presidente convidou também o primeiro-ministro Dmitri Medvedev para conhecer o Carnaval brasileiro, aproveitando a viagem que ele fará ao país em fevereiro.

''Ficaria muito feliz de convidá-lo para prestigiar uma das festas mais importantes do Brasil, que é o Carnaval", disse Dilma. "Gostaria muito que o primeiro-ministro visse uma manifestação cultural do Brasil.''

Medvedev agradedeu o convite e se disse animado em ''conhecer as maravilhas do Brasil''.

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