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Na hora da vacina, profissionais de saúde acalmam crianças com palavras de incentivo

8 jun 2013 - 13h49
(atualizado às 13h49)
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Frases como "é só uma gotinha", "abre o bocão" e "não vai doer nada" serão repetidas várias vezes pela auxiliar de enfermagem Eronilde Pereira até as 17h de hoje (8), quando será encerrado o Dia D de Mobilização, que marca o início da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite deste ano. Somente no Distrito Federal, a expectativa é que 173,7 mil crianças sejam vacinadas nos mais de 280 postos disponíveis em centros de saúde, hospitais, escolas, igrejas, shoppings e supermercados.

Em todo o país, a meta do Ministério da Saúde é imunizar 12,2 milhões de crianças.

No Centro de Saúde nº 16, localizado na comunidade do Varjão, próxima ao Plano Piloto, em Brasília, onde Eronilde Pereira trabalha, muitos pais preferiram levar os filhos para receber as gotinhas no início da manhã. Somente na primeira hora, 165 doses foram aplicadas pela equipe de plantão.

A diarista Zélia Teixeira, de 37 anos, levou a filha Maria Eduarda, de 2 anos, ao centro de saúde pouco depois das 10h. Consciente de sua responsabilidade em relação à imunização da menina, ela deixou o local com sentimento de "dever cumprido".

"Preferi vir logo cedo porque depois a gente se enrola, tem uma porção de coisas para fazer. Melhor cumprir meu dever logo e garantir a saúde dela", disse a diarista, que, para evitar o chorinho na hora de tomar vacina, conversou muito com a filha antes de sair de casa.

"Eu já venho falando para ela que não vai doer, para ela ficar calma, e explico que é importante para não adoecer. Acho que ela entendeu, porque deu certo. Ela ficou tranquila, nem chorou", acrescentou.

Já Lana Flores, de 1 ano, chorou e quase arrancou lágrimas do pai. Mesmo assim, o engenheiro Ricardo Flores, de 31 anos, segurou firme a menina até que as duas gotinhas tivessem sido aplicadas.

"Ela é muito pequena e deve ter se assustado com as pessoas que para ela são estranhas. Mas não tem jeito, mesmo com o coração apertado a gente tem que fazer o esforço. É um incômodo muito rápido para um benefício muito grande para a saúde dela", enfatizou.

Mão de Miguel Pereira, de 1 ano, a dona de casa Clea Pereira, de 31 anos, também foi ao posto no início da manhã para "não correr o risco de esquecer".

"É um assunto muito sério para a gente deixar pra lá. Eu já vi crianças ficarem doentes porque não tomaram vacinas. Não quero isso para o meu filho de jeito nenhum", disse.

Além de aplicar a dose contra a poliomielite, os profissionais orientam os pais sobre as outras vacinas que fazem parte do calendário básico do Ministério da Saúde e verificam se há alguma em atraso.

"A gente olha tudo porque é fundamental que as crianças estejam com o cartão de vacinação em dia. É a garantia que se tem afastar muitas doenças. Os pais precisam ficar atentos sempre", ressaltou a técnica em enfermagem Sandra Maria Xavier, que confere, logo na entrada no centro de saúde, a caderneta de vacinação de todas as crianças que chegam ao local neste sábado.

A técnica em enfermagem lembrou que, para imunizar as crianças neste Dia D de Mobilização é preciso apresentar o cartão de vacinação. Após o encerramento da campanha, no dia 21 de junho, a vacina continuará disponível na rede pública de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo da campanha é manter o Brasil na condição de país certificado internacionalmente para a erradicação da poliomielite. O último caso da doença foi registrado no Brasil em 1989, na Paraíba, e em 1994 o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de erradicação da pólio.

A poliomielite ou paralisia infantil é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por paralisia flácida que atinge, em geral, os membros inferiores.

Edição: Juliana Andrade

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