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MT: greve já causa falta de combustível, comida e remédio

Há uma semana, os caminhoneiros radicalizaram em um protesto e estão fazendo interdições ininterruptas

25 fev 2015 - 16h56
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Fila de mais de 100 metros para garantir abastecimento em Sinop, no Norte do Estado
Fila de mais de 100 metros para garantir abastecimento em Sinop, no Norte do Estado
Foto: Luiz Ornaghi / Só Notícias

Começou a interferir na vida das pessoas as interdições intermitentes que estão sendo feitas há mais de três semanas nas rodovias do Brasil por caminhoneiros para reivindicar a redução do preço dos combustíveis. Há uma semana, os manifestantes radicalizaram e estão fazendo interdições ininterruptas. No interior de Mato Grosso, onde há 10 pontos de trancamento, já estão faltando combustíveis na bomba dos postos, remédio e alimentos, como leite e carne em algumas cidades.

Os pontos de interdições ficam na BR-364, BR-163 e BR-070.

Caminhoneiros paralisam mais um ponto de rodovia no Paraná :

O jornalista Alex Fama, do site Só Notícias, em Sinop, no Norte de Mato Grosso, confirma que não tem combustíveis nesta quarta-feira (25) na maioria dos postos da cidade. “A fila ontem chegava a virar quarteirão, com mais de 100 metros. Hoje ainda não sei como vai ficar, porque onde tem combustível deve ser muito procurado e são poucos postos”.

Comerciantes do ramo das farmácias em Sorriso, que fica no Médio Norte de Mato Grosso, região de plantio ostensivo de soja, anunciaram que já começa a faltar na cidade alguns remédios. O jornalista da TV Record em Sorriso, Rafael Sousa, fez reportagem nesta terça-feira (24) em três das farmácias centrais da pequena cidade. “Já não tem medicamentos de baixo estoque, como o remédio indicado para osteoporose, de dose mensal. Mas mesmo o estoque dos anti-inflamatórios, que são muito usados, está baixando”, relata o repórter.

Greve dos caminhoneiros: Situação na região já é considerada caótica:

Mediante a escassez, no final da tarde desta terça-feira, o governador do Estado, Pedro Taques (PDT), na terceira reunião com a classe, apelou aos caminhoneiros que abrissem passagem para veículos com carga alimentícia e combustível. Mas, informações da Rota Oeste, concessionária de trechos da BR-164 e 364, ainda não estão liberando nada, somente carga viva e perecíveis.

O governo também garantiu que vai notificar as principais tradings do agronegócio (ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus e Amaggi) para discutir o valor que está sendo pago pelo frete. A notificação das tradings deve ser feita hoje pelo procurador-geral do Estado, Patryck Ayala.

O presidente do Sindicato dos Caminheiros de Mato Grosso, Edgar Laurini, o valor que tem sido pago pelo frete é muito baixo. Segundo ele, os empresários do agronegócio ganham muito, assim como os governos locais, estadual e federal, mas a categoria dele está muito empobrecida, por isso resolveu fazer este protesto, que, segundo ele é pacífico, mas que pretende sim de alguma forma incomodar. “A gente não tem nem um lugar direito para descansar e se alimentar nos pontos de carga e recarga”, reclama.

Protestos dos caminhoneiros cancelam fretes em Umuarama:

Os caminhoneiros de Mato Grosso agora querem tratar com representantes do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), até porque muitos dos manifestantes ameaçam incorporar aos protestos as bandeiras “fora Dilma” e “impeachment já”.

O governo instala nesta quarta uma mesa de negociações e diálogos com representantes das manifestações. O objetivo é tentar resolver os problemas decorrentes dos bloqueios em rodovias de nove estados brasileiros. A redução do preço do óleo diesel, no entanto, não está em pauta, conforme informou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto.

Segundo Rossetto, a posição do governo é a de estimular uma negociação direta entre os lados, com o objetivo de respeitar as reivindicações, mas evitar a obstrução das estradas, “garantindo o abastecimento da população brasileira e evitando prejuízos à sociedade e à economia”. 

Fonte: Especial para Terra
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