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MST critica Mendes e diz ser vítima de campanha difamatória

3 mar 2009 - 13h24
(atualizado às 13h32)
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Laryssa Borges

Direto de Brasília

A direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no Pará criticou nesta terça-feira o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e disse ser vítima de uma campanha difamatória orquestrada por autoridades com o objetivo de "criminalizar" as ações do movimento e as invasões de terra coordenadas por ele.

Em nota, o MST ataca Mendes e relembra sua decisão de conceder, por duas vezes, habeas corpus em favor do banqueiro Daniel Dantas, preso na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Na manifestação do movimento, não há referências ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem disse ser "inaceitável" a atitude do MST de supostamente justificar o assassinato de quatro seguranças na cidade de São Joaquim do Monte, em Pernambuco.

"O MST afirma que crime não é ocupar terras que não cumpram com sua função social, mas destruir as áreas de castanhais para dar lugar a pasto, configurando crime ambiental. Crime são as práticas truculentas de famílias oligarcas, latifundiários armados no campo, o trabalho escravo, terras públicas vendidas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimentos sociais", argumenta o MST.

Segundo o movimento, no Pará foram feitas duas ocupações de terras, uma no município de Xinguara, no sul do Estado, em 28 de fevereiro, e outra em 1º de março, no município de Marabá, na região sudeste. Ao todo, 440 famílias invadiram as fazendas Espírito Santo, em Xinguara, e Cedro, em Marabá, ambas vinculadas à Agropecuária Santa Bárbara, que, por sua vez, é ligada ao Grupo Opportunity, de Daniel Dantas.

"O MST reivindica a imediata desapropriação das fazendas que estão em terras públicas vendidas ilegalmente, que devem ser destinadas à reforma agrária. O MST ratifica que as denúncias (contra o movimento) são infundadas e são formas de criminalizar o movimento perante a sociedade. Foices, facões e enxadas são instrumentos de trabalho para os camponeses, e não se comparam às potentes armas em mãos da 'Escolta Armada', empresa de segurança contratada pela Agropecuária Santa Bárbara para vigiar as fazendas", afirmou o MST.

Na noite desta segunda-feira, a Secretaria de Comunicação do Supremo reiterou que as críticas do ministro Gilmar Mendes ao MST e sua opinião sobre a possibilidade de financiamento público a movimentos sociais dessa natureza refletem não sua visão pessoal, mas a manifestação institucional do chefe do Poder Judiciário.

Fonte: Terra
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