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Morre em São Paulo aos 79 anos o senador Romeu Tuma

26 out 2010 - 13h45
(atualizado às 16h16)
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O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, informou nesta terça-feira que o senador Romeu Tuma (PTB-SP) morreu às 13h de hoje, de falência múltipla de órgãos. O corpo do parlamentar será velado à tarde no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo, segundo a assessoria de imprensa da Casa. A previsão é de que os restos mortais do parlamentar cheguem ao local entre 17h e 18h.

Tuma (PTB-SP) estava internado no Sírio-Libanês desde o dia 1º de setembro para tratar um quadro infeccioso de afonia (perda ou diminuição da voz). Além de exigir cuidados médicos, o problema impediu Tuma de fazer campanha nestas eleições. O candidato ficou em quinto na disputa pelo Senado em São Paulo e não se reelegeu.

No dia 2 de outubro, o senador foi submetido a uma cirurgia para colocação de um dispositivo de assistência ao coração chamado Berlin Heart. O dispositivo auxiliava a regular a pressão e circulação sanguínea do paciente.

Tuma será substituído pelo primeiro-suplente, o atual secretário de relações internacionais da prefeitura de São Paulo, Alfredo Cotait Neto, do DEM - primeiro partido ao qual Tuma foi filiado. Cotait, no entanto, ainda não sabe se deverá se licenciar da secretaria na prefeitura para assumir o mandato de senador. Cotait ficará pouco mais de dois meses no Senado, já que o mandato de Tuma terminaria em 2010 e não foi reeleito nas últimas eleições.

Paulistano, Romeu Tuma completou 79 anos no último dia 4 de outubro e foi investigador e delegado da Polícia Civil do Estado antes de ingressar na política. Casado com a professora Zilda Dirane Tuma, deixa quatro filhos e nove netos.

Bacharel em direito pela PUC, Tuma entrou na polícia por meio de concurso, com 20 anos. Foi diretor de Polícia Especializada, na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Durante a Ditadura Militar, chefiou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops). A atuação de Tuma à frente do Dops motivou uma ação do Ministério Público Federal em São Paulo contra ele no ano passado. Na ação, o MPF acusava o senador pela ocultação de cadáveres de opositores ao regime militar nos cemitérios de Perus e Vila Formosa.

Em 1983, Tuma assumiu a Superintendência da Polícia Federal e também os cargos de secretário da Receita Federal e da Polícia Federal. Na Receita, instituiu a recepção de declarações do Imposto de Renda por meio digital.

Foi assessor especial do governador de São Paulo entre 1992 e 94, tendo a sua primeira eleição neste ano. Eleito senador por São Paulo, pelo PFL, teve mais de 5,5 milhões de votos e se afastou do Poder Executivo para cumprir seu primeiro mandato.

Nas eleições de 2000, tentou a prefeitura de São Paulo e foi o quarto candidato mais votado. Em 2002, se elegeu novamente senador por São Paulo. Filiado ao PTB desde 2007, tentou a reeleição neste ano.

Tuma foi o primeiro Corregedor Parlamentar da história do Senado Federal. No Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, teve papel de destaque na primeira cassação de um mandato de Senador no Brasil e na renúncia de outros dois parlamentares que seriam cassados. Após esse episódio, foi indicado pelo Conselho para ser coordenador da Comissão Especial de Inquérito, que resultou na renúncia do então Presidente da Casa.

O senador integrava a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, e foi eleito vice-presidente da Comissão de Assuntos Interiores, Segurança e Defesa.

De seus quatro filhos, dois seguiram o caminho da política. Robson, o mais novo, foi deputado federal por São Paulo entre 1990 e 2006. Em 2008, candidatou-se a vereador na capital paulista, mas não foi eleito. Nas eleições deste ano, concorreu novamente a deputado federal, mas também não foi eleito.

Romeu Tuma Júnior também ingressou na polícia e, em 2002, foi eleito deputado estadual em São Paulo. Em 2007, Tuma Jr. assumiu a Secretaria Nacional de Justiça, órgão do Ministério da Justiça, sendo exonerado do cargo em junho deste ano devido a suspeitas de ligação com o suposto chefe da máfia chinesa no Brasil, Paulo Li. Os outros dois filhos de Tuma seguiram a área da saúde. Rogério é médico neurologista e oncologista e Ronaldo cirurgião dentista.

Com informações de Luciana Cobucci e Hermano Freitas.

Fonte: Redação Terra
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