PUBLICIDADE

Morre aos 95 anos o bibliófilo e membro da ABL José Mindlin

28 fev 2010 - 11h49
(atualizado às 14h17)
Compartilhar

O empresário e bibliófilo José Mindlin morreu neste domingo (28), aos 95 anos. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Mindlin (dir.) é membro da Academia Brasileira de Letras
Mindlin (dir.) é membro da Academia Brasileira de Letras
Foto: Gustavo Scatena/Imagem Paulista Fotografia / Divulgação

Mindlin era dono do maior acervo particular de livros no país. Em 2009, ele doou sua biblioteca pessoal para a Universidade de São Paulo (USP). Ele era o quinto ocupante da cadeira 29 da ABL, eleito em 20 de junho de 2006, na sucessão de Josué Montello. A academia terá luto de três dias pela morte do bibliófilo.

Biografia

Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Formado em direito pela Universidade de São Paulo, foi redator do jornal O Estado de S. Paulo de 1930 a 1934 e advogou até 1950, quando fundou e presidiu a Metal Leve.

Foi casado com Guita Mindlin, que morreu em 25 de junho de 2006. O casal teve quatro filhos: a antropóloga Betty, a designer Diana, o engenheiro Sérgio e a socióloga Sônia.

Mindlin foi membro do Conselho Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de 1973 a 1974 e de 1975 a 1976, diretor do Conselho de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e secretário da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, quando estruturou a carreira de pesquisador. Fez parte do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq), do Instituto de Pesquisa Tecnológica, e da Comissão Nacional de Tecnologia da Presidência da República, entre outras entidades.

O bibliófilo recebeu ainda diversas premiações, entre elas, em 2003 o prêmio Unesco Categoria Cultura; a Medalha do Conhecimento concedida pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras; e, em 1998, o prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano.

O casal formou uma das mais importantes bibliotecas privadas do País, que Mindlin começou a formar aos 13 anos e chegou a ter 38 mil títulos. Em maio de 2006, o casal fez a doação de cerca de 15 mil obras da Biblioteca Brasiliana para a USP. No conjunto doado, constam raridades como documentos do século XVI com as primeiras impressões que padres jesuítas tiveram do Brasil, jornais anteriores à Independência e manuscritos que resgatam a gênese literária de grandes obras, como Sagarana, de Guimarães Rosa, e Vidas Secas,de Graciliano Ramos.

É o autor de Uma Vida entre Livros - Reencontros com o tempo e Memórias Esparsas de uma Biblioteca e lançou em 1998 o CD O Prazer da Poesia.

Com informações da Academia Brasileira de Letras.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
TAGS
Publicidade