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Terra na Copa

Ministro rebate dúvidas sobre Copa em visita a órgãos de imprensa em NY

5 jun 2013 - 23h43
(atualizado em 6/6/2013 às 00h29)
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<p>No exterior, Aldo Rebelo fez propaganda da prepara&ccedil;&atilde;o para a Copa</p>
No exterior, Aldo Rebelo fez propaganda da preparação para a Copa
Foto: Marcelo Pereira / Terra

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, fez nos últimos dois dias um giro por diferentes órgãos de imprensa em Nova York com o intuito de sanar dúvidas de jornalistas americanos sobre possíveis atrasos nas obras e problemas de segurança na Copa do Mundo de 2014.

Em encontros com jornalistas de veículos como The New York Times, The Wall Street Journal, Huffington Post, Time, Fortune, Sports Illustrated e agências de notícias, Rebelo reiterou que os prazos para a entrega dos estádios serão cumpridos e que medidas para garantir a segurança do evento esportivo estão sendo tomadas pelo governo brasileiro.

"Estamos lutando para que os seis estádios remanescentes para a Copa do Mundo (Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, São Paulo, Manaus e Natal) sejam entregues até dezembro", afirmou Rebelo, em coletiva a jornalistas brasileiros nesta quarta-feira, em Nova York.

"Pelo nosso controle, todos estarão dentro do prazo", afirmou Rebelo, que está na cidade para participar do 3º Fórum Internacional sobre o Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, que neste ano tem como um dos temas de discussão a contribuição das atividades esportivas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, definidos pela ONU em 2000.

A "operação" montada pelo governo brasileiro em Nova York ocorre um ano antes do início do Mundial -- e durante um momento em que vêm sendo lançadas dúvidas sobre possíveis atrasos na entrega dos estádios que abrigarão a competição.

No mês passado, uma discussão pública entre o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, e o Corinthians, causou preocupação sobre o término do Itaquerão em São Paulo, onde está previsto o jogo de abertura da Copa.

Enquanto a Fifa exigia o cumprimento do prazo para dezembro deste ano, o clube alegava que tinha até fevereiro para entregar a obra.

Na semana passada, os temores sobre a preparação do Brasil para a Copa aumentaram ainda mais depois que a cobertura da Arena Fonte Nova, em Salvador, cedeu devido a fortes chuvas que afetaram a capital baiana.

Já no Rio de Janeiro, uma liminar quase impediu a realização do amistoso entre Brasil e Inglaterra, realizado no último domingo.

Segundo o ministro, a entrega de todos os estádios até dezembro deste ano servirá para evitar problemas como os da semana passada.

"Os estádios serão submetidos a eventos-teste, para colocar à prova a funcionalidade, o manejo dos diversos serviços disponíveis", disse Rebelo.

Questionado sobre o motivo de o custo de algumas obras ter superado em vários milhões o valor previsto nas licitações, o ministro disse que "há razões distintas" para a diferença nos valores.

"Em alguns casos, quando fez a licitação para o estádio, não fez junto para as obras no entorno. Outras vezes, não fez para a cobertura", disse.

"Esses estádios foram concebidos não apenas como um campo de futebol. São arenas sofisticadas, destinadas às mais diversas atividades."

Elitização

O ministro também revelou o temor de que a sofisticação dos estádios contribua para a elitização do futebol.

"Temos no Ministério do Esporte o receio de que haja uma elitização do futebrol. Não só por causa da Copa. Mas com os novos estádios", afirmou, ao lembrar que os novos estádios não têm mais geral, com cadeiras em todas as áreas, o que torna os ingressos mais caros

"E que isso termine tirando do futebol a presença do público mais popular que nós sempre tivemos."

Durante seu tour pelos órgãos de imprensa americanos, Rebelo fez questão de ressaltar que a Fifa concordou com a doação de 50 mil ingressos gratuitos para a parcela da população que não poderia arcar com os preços dos ingressos.

"Em Manaus, por exemplo, no coração da Amazônia, não é possível olhar para a arquibancada e não ver nenhum índio. Não pode uma coisa dessas", disse.

Segundo Rebelo, a preocupação do governo agora é distribuir esses ingressos gratuitos de forma a garantir que cheguem às pessoas de baixa renda a quem são destinados.

"Pior do que não ter ingresso para o índio, é ter e o índio não aparecer. Estamos pensando em como fazer a distribuição."

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