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Ministra: País se adiantou 5 anos na meta de redução do desmate

15 out 2010 - 19h49
(atualizado às 22h07)
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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta sexta-feira que o Brasil deve anunciar um novo recorde na redução do desmatamento da Amazônia. Em meio aos preparativos da conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece no próximo mês, em Cancún, no México, ela disse ainda que o País vai lançar um fundo climático bancado pelo dinheiro do petróleo.

A ministra afirmou que o desmatamento deve cair de cerca de 7 mil km² no ano passado para cerca de 5 mil km² neste ano. O auge da devastação foi em 2004, quando foram destruídos 27.379 km² de florestas. Os números apontam que o Brasil está adiantado na direção de cumprir a meta de chegar a 2020 com apenas 3,5 mil km² de desmatamento anual na Amazônia. "Estamos cinco anos à frente da nossa meta", disse a ministra.

Izabella disse que o Brasil manterá as promessas feitas na conferência climática do ano passado em Copenhague, na Dinamarca. Ali, o País se comprometeu a reduzir até 2020 suas emissões em até 39% (ou uma redução de 20% em relação aos níveis de 2005).

A maior parte das emissões brasileiras resulta da queima e decomposição de árvores, e o País tem conseguido resultados expressivos no combate ao desmatamento na Amazônia. Nos últimos anos, novas regras preveem multas pesadas a pecuaristas e madeireiros que avançam sobre a floresta, além do confisco dos produtos e restrições ao crédito para esses violadores. As indústrias de beneficiamento de carne e soja também declararam um veto voluntário a produtos oriundos de zonas ilegalmente desmatadas.

Mas, com o forte crescimento econômico e com a redução da participação do desmatamento nas emissões, o Brasil terá cada vez mais de procurar outras formas de controlar suas emissões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar neste mês um plano de ação ambiental para várias áreas econômicas, como siderurgia, geração elétrica e agricultura. "Estamos começando a transição para uma economia de baixas emissões", afirmou.

Ao mesmo tempo, Lula irá lançar um fundo para a adaptação e mitigação da mudança climática, a ser bancado com dividendos do petróleo. "É o primeiro fundo climático a ser financiado por atividades emissoras de carbono", disse a ministra.

O fundo receberá no ano que vem cerca de R$ 300 milhões, mas o valor deve crescer bastante no futuro, já que existe previsão de que o País duplique a sua produção de petróleo na próxima década.

Nos últimos anos, o Brasil tem assumido um papel mais ativo no debate climático global, acompanhando o aumento da sua influência econômica e diplomática. Agora, o País espera mostrar ao resto do mundo que está fazendo um esforço para reduzir as emissões de carbono, pressionando outras nações a fazerem o mesmo.

Crítica ao papel dos Estados Unidos na questão climática

A discussão de um novo tratado climático global dominará a pauta da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em Cancún, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro, mas a esperança de uma conclusão positiva parece cada vez mais remota. "Independentemente do resultado (da reunião de Cancún), estamos fazendo a nossa parte," disse Izabella, ao cobrar mais empenho de nações como os Estados Unidos.

"Onde estão as reduções de emissões (de gases do efeito estufa)? Onde está a promessa formal por parte dos Estados Unidos? Amigos, vocês terão de fazer isso. Os países em desenvolvimento estão fazendo", afirmou. "Eles (o governo dos EUA) precisam ter uma posição mais ativa do que a do Congresso deles", disse a ministra, referindo-se ao projeto de lei climática dos EUA, que está parado no Senado.

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