Minc: Chevron terá de pagar auditoria de técnicos independentes
25 nov2011 - 13h52
(atualizado às 14h02)
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A empresa Chevron Brasil deve ser notificada nesta sexta-feira pelas autoridades ambientais do Rio de Janeiro, sobre a realização de auditoria na petrolífera. A auditoria será feita por técnicos independentes e terá que ser custeada pela própria empresa, segundo informou o secretário Estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc.
A empresa norte-americana é responsável por um vazamento de óleo iniciado há mais de duas semanas, no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no norte fluminense. "Hoje deveremos notificar a Chevron sobre essa auditoria, com base na nossa lei estadual. Será uma auditoria de padrões internacionais que deverá custar em torno de US$ 5 milhões, para ver todas as questões (da empresa), inclusive a capacidade de fazer face a eventos, acidentes. Será realizada primeiro na Chevron e depois em outras (petrolíferas)", disse Minc.
Auditorias ambientais como essa já foram feitas, por exemplo, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), e costumam resultar em termos de ajustamento de conduta (TACs), com a exigência de cumprimento de uma série de medidas. No caso da Reduc, segundo Minc, o TAC recente demandou medidas de mais de R$ 1 bilhão.
O secretário disse ainda que, até a segunda-feira, o governo do Rio deve concluir o texto da ação civil pública contra a Chevron, por causa do acidente. A ação, de cunho indenizatório, poderá resultar no pagamento de uma multa de R$ 100 milhões.
Peritos sobrevoaram a Bacia de Campos nesta sexta-feira para avaliar as dimensões do vazamento de óleo no Campo de Frade
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A mancha se espalhou e perdeu densidade, segundo o Comando de Operações Navais da Marinha
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Embora mais extensa em área, a mancha segue com o mesmo volume, o que é avaliado como positivo pela Marinha, já que, dissolvido, o óleo teria menor potencial danoso ao meio ambiente
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Expandida pelos ventos e pela maré, a mancha foi estudada por técnicos da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em um sobrevoo nesta sexta-feira
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A responsabilidade pela exploração da área é da empresa Chevron Brasil Upstream, que desde a última quarta-feira trabalha para conter o vazamento no fundo do oceano, a uma profundidade de 1,2 mil m e distante cerca de 120 km da costa
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
De acordo com a ANP, o primeiro estágio da cimentação do poço foi concluído com sucesso. Estima-se que a conclusão dos trabalhos ocorra nos próximos dias
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A Chevron calcula que a mancha de óleo equivale ao volume de 65 barris na superfície, e que o total vazado chega a 650 barris
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
"Esse acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental num estado produtor de petróleo", alertou o governador do Rio, Sérgio Cabral, na inauguração de fábrica da Nestlé em Três Rios