Minc alerta petroleiras: 'aqui não será palco de óleo derramado'
21 nov2011 - 23h49
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O ex-ministro e atual secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, deu um "recado" nesta segunda-feira às petroleiras que desejem explorar a costa brasileira, afirmando que o País "não vai ser palco de óleo derramado e de impunidade ambiental". Nesta tarde, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, criticou a americana Chevron por não prestar informações precisas sobre o vazamento de petróleo no campo de Frade, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro. O acidente foi detectado no dia 8, quando funcionários da Petrobras avisaram a Chevron sobre uma mancha de óleo na água. Apesar do teto de R$ 50 milhões, a Chevron poderá ser autuada por mais de uma infração ambiental. As informações são da GloboNews.
Em entrevista à emissora, Minc disse que o Rio entrou com uma ação civil pública por ressarcimento pedindo R$ 100 milhões, além de estar sendo exigida uma auditoria ambiental internacional. Para Minc, o acidente era evitável e serviu de alerta em relação à questão dos royalties, que, na visão do secretário, deveriam ficar integralmente com os Estados produtores. A Chevron foi atuada duas vezes pela ANP, que estuda retirar a empresa do grupo apto a explorar o pré-sal. O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, disse acreditar que tenha cessado o vazamento. Ele confirmou uma multa de R$ 50 milhões à petrolífera e disse que, caso se comprove que falha na execução do plano de emergência, será aplicada outra multa que poderá chegar a mais R$ 10 milhões, e que a licença da Chevron só seria cassada se fosse resultado de um processo administrativo.
Peritos sobrevoaram a Bacia de Campos nesta sexta-feira para avaliar as dimensões do vazamento de óleo no Campo de Frade
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A mancha se espalhou e perdeu densidade, segundo o Comando de Operações Navais da Marinha
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Embora mais extensa em área, a mancha segue com o mesmo volume, o que é avaliado como positivo pela Marinha, já que, dissolvido, o óleo teria menor potencial danoso ao meio ambiente
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Expandida pelos ventos e pela maré, a mancha foi estudada por técnicos da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em um sobrevoo nesta sexta-feira
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A responsabilidade pela exploração da área é da empresa Chevron Brasil Upstream, que desde a última quarta-feira trabalha para conter o vazamento no fundo do oceano, a uma profundidade de 1,2 mil m e distante cerca de 120 km da costa
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
De acordo com a ANP, o primeiro estágio da cimentação do poço foi concluído com sucesso. Estima-se que a conclusão dos trabalhos ocorra nos próximos dias
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A Chevron calcula que a mancha de óleo equivale ao volume de 65 barris na superfície, e que o total vazado chega a 650 barris
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
"Esse acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental num estado produtor de petróleo", alertou o governador do Rio, Sérgio Cabral, na inauguração de fábrica da Nestlé em Três Rios