México pediu que Brasil ajudasse a conter Chávez, diz Wikileaks
O México alertou os Estados Unidos sobre o ativismo do presidente venezuelano Hugo Chávez na América Latina, e pediu que Washington comprometesse o Brasil para ajudar a freá-lo, de acordo com um documento da embaixada americana no México vazado pelo Wikileaks e publicado no jornal espanhol El País.
Em outubro de 2009, a embaixada informou sobre um encontro entre Dennis Blair, então diretor Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, e o presidente mexicano Felipe Calderón, no qual este "enfatizou que Hugo Chávez está ativo em toda parte, incluindo o México".
"Os Estados Unidos têm de estar prontos para comprometer o próximo presidente do Brasil", indica a mensagem do embaixador americano Carlos Pascual.
O Brasil é "vital para conter Chávez", disse Calderón, lamentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sido reticente em fazê-lo. "Os Estados Unidos precisam comprometer mais o Brasil e influenciar sua perspectiva", acrescenta a comunicação que relata a reunião.
"O México está tentando isolar a Venezuela através do Grupo do Rio", confidenciou Calderón ao funcionário americano, segundo a nota.
A comunicação relata que Calderón se mostrou especialmente preocupado com as relações da Venezuela com o Irã e com sua crescente influência na América Latina.
"Há um vínculo entre Irã, Venezuela, drogas, traficantes de drogas e assuntos relativos ao estado de direito", conclui o texto enviado a Washington.
No encontro, realizado na residência oficial de Los Pinos, Calderón disse acreditar que Chávez tenha financiado em 2006 a campanha presidencial do esquerdista Andrés Manuel López, que perdeu as eleições mexicanas para ele por 0,05% dos votos.