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MediaOn: 'nova classe média' alavanca audiência da internet

23 nov 2011 - 12h57
(atualizado às 13h19)
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Fernando Diniz
Direto de São Paulo

A expansão da chamada "nova classe média" provocou uma explosão de audiência na internet brasileira. O Brasil já é a sétima maior audiência de internet, prestes a bater a Índia, e o 2º maior consumidor de notícias online, segundo dados apresentados no MediaOn 2011 nesta quarta-feira pelo diretor-executivo da comScore, Alex Banks.

Rodrigo Flores é pós-graduado em Política e Estratégia pela USP e desde fevereiro é diretor de Conteúdo do UOL
Rodrigo Flores é pós-graduado em Política e Estratégia pela USP e desde fevereiro é diretor de Conteúdo do UOL
Foto: Reinaldo Marques / Terra

Banks, representante da empresa de pesquisas de internet no Brasil, participou do Painel 2 do MediaOn junto de Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, e Rodrigo Flores, diretor de Conteúdo do UOL. A mesa foi mediada pelo diretor de Inteligência de Mercado da América Latina do Terra, Marcelo Coutinho.

Renato Meirelles, especialista em pesquisas com as classes C, D e E, traçou um perfil da "nova classe média". Segundo estudos da Data Popular, a classe C é responsável por metade dos domicílios com banda larga e 56% do total de residências com internet. Meirelles é categórico ao afirmar que tal avanço é tão importante quanto à escolaridade.

"De cada 10 pessoas da nova classe média, oito acreditam que a vida vai continuar melhorando. O que chama a atenção é que os internautas da classe média são ainda mais otimistas, 89% acham que a vida vai continuar melhorando", disse o analista. "A internet contribui mais para a ascensão social do que a escolaridade. Tão importante quanto à universalização do ensino, é o plano nacional de banda larga", afirmou.

Produzindo conteúdo

Para Rodrigo Flores, não deve haver segmentação de classes na produção de conteúdo. No UOL, segundo ele, os canais de maior audiência continuam os mesmos desde o início das atividades do portal, quando o acesso da classe C à internet era consideravelmente menor.

"O comportamento não é muito diferente. O ranking de conteúdos acessados praticamente não mudou. Os conteúdos mais acessados continuam os mesmos: bate-papo, esporte, televisão, celebridades, jogos, e-mail, notícias e rádio", disse.

A estratégia do UOL para atingir as classes C, D e E foi criar uma marca alternativa, o BOL, com uma apresentação diferente, mas utilizando o mesmo conteúdo. "Parece equivocado segmentar por classe, o que parece certo é segmentar por interesse", disse.

Tablets

O consumo de notícias em tablets tem crescido. Segundo dados apresentados por Alex Banks, o número de acessos por dispositivos móveis gira em torno de 1%, sendo que a leitura de jornais chega a 2,4%. "O número parece pequeno, mas nos últimos meses a utilização de tablets e smartphones cresceu 50%", disse.

A explosão dos tablets só deve ocorrer, segundo o pesquisador Renato Meirelles, quando houver redução dos preços. A classe C pode desembolsar dinheiro com conteúdo e internet, mas procurará formas de evitar. "A classe C se vira para conseguir acesso sem conseguir pagar. Se existe demanda, e o mercado formal não resolve, a classe C vai dar um jeito", disse.

MediaOn

O MediaOn, encontro realizado anualmente pelo Terra e Itaú Cultural, é um dos principais fóruns de debates sobre jornalismo digital e novas mídias. O evento será transmitido ao vivo entre os dias 22 e 24 de novembro.

Criado por jornalistas e profissionais da internet, o MediaOn reedita a curadoria dos jornalistas Antonio Prada, diretor de Mídia do Terra, Fernanda Cerávolo, gerente de Mídia do Google, e Jaime Spitzcovsky, colunista da Folha de S. Paulo. A produção executiva é de Felipe Morales Fonseca e Paula Grinover com a equipe do Itaú Cultural.

Os debates contam com a presença de representantes de veículos brasileiros, da América Latina, Europa e Estados Unidos. O tema do evento deste ano é "A transformação do ciclo da notícia, a revolução na indústria cultural e os efeitos na produção de conteúdo criativo".

Fonte: Terra
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