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Polícia

MediaOn: conteúdo não deve ser cobrado, defende Terence Reis

22 nov 2012 - 18h45
(atualizado às 19h17)
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Mauricio Tonetto

Um dos pioneiros do mercado mobile no Brasil adverte: os meios de comunicação não devem cobrar pelo acesso à informação se desejam continuar sobrevivendo em meio às incertezas do mercado. O economista e cientista político Terence Reis, sócio e diretor de operações da Pontomobi, é um dos participantes da 6ª edição do MediaOn - Seminário internacional de jornalismo online, promovido pelo Terra, maior empresa latino-americana de mídia digital, e o Itaú Cultural em dezembro. No painel "Mobile: qual o futuro da notícia?", ele adiantou que trará perguntas para tentar compreender os desafios "não só de conteúdos, mas também econômicos".

O economista e cientista político Terence Reis, sócio e diretor de operações da Pontomobi, é um dos participantes da 6ª edição do MediaOn
O economista e cientista político Terence Reis, sócio e diretor de operações da Pontomobi, é um dos participantes da 6ª edição do MediaOn
Foto: Divulgação

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"Sempre que surgir uma nova forma de distribuição, a informação vai até lá e isso gera mudança. Não adianta cobrar, se ao lado eu posso ter o acesso de maneira gratuita. Temos aí um conflito: como cobrar pelo meu conteúdo ou produto, se ele diluiu de valor pelo aumento da oferta? Há empresas muito estruturadas em torno de um formato específico, a letra no papel. Talvez elas tenham se perdido entre a forma e a função", afirmou ele.

Terence estará ao lado de Amy Mitchell, vice-diretora do Pew Research Center's Project for Excellence in Journalism, e Pedro Dória, editor-executivo de plataformas móveis do O Globo, no dia 5 de dezembro, às 9h30.

"Nesse novo mundo, como utilizar melhor o meio e a forma, tendo em vista que a função é informar? Estamos falando de um modelo de assinatura no papel que nasceu no século 20 e que não vai mais existir. Cada vez mais as pessoas estão aderindo aos tablets e aos dispositivos móveis e as novas gerações nascem sem o conceito da assinatura e o apego ao papel. Até quando teremos papel e estrutura econômica que atenda esse tipo de empresa?", questionou o diretor de operações da Pontomobi.

Primavera árabe no celular

Outro assunto que será levantado por Terence Reis é a substituição da informação pura pelo protagonismo de pessoas comuns, em todas as partes do mundo, como ocorreu no episódio conhecido como Primavera Árabe, em que ditaduras foram derrubadas no Oriente Médio por pressão popular impulsionada pela internet.

"O mobile não é apenas mais um meio intenso, ele viabiliza a produção de conteúdo pelo próprio ator. Hoje as redes sociais e os celulares estão muito interligados e a Primavera Árabe é um exemplo: as pessoas não voltavam para casa comunicar e se mobilizar, elas faziam do local do conflito, a partir do celular. Os meios de comunicação devem se preocupar em como atender adequadamente a substituição da informação pura pela dos protagonistas dos eventos", explicou.

MediaOn e Rumos 2012

A 6ª edição do MediaOn - Seminário internacional de jornalismo online e o 4º Seminário Internacional Rumos Jornalismo Cultural irão discutir o jornalismo e a comunicação no século 21 e como o novo jornalista se comporta - ou deveria se comportar - diante dos fenômenos causados pelas redes sociais, colaboração e mobilidade. Os encontros são promovidos pelo Terra, maior empresa latino-americana de mídia digital, e o Itaú Cultural entre os dias 4 e 7 de dezembro. Em 2012, o evento conta ainda o apoio da Online News Association, dos Estados Unidos.

O seminário é aberto a jornalistas, profissionais de mídia e publicidade, executivos, pesquisadores e estudantes e será transmitido ao vivo pelo Terra na web, em celulares e tablets. O MediaOn reúne, anualmente, profissionais do Brasil e do mundo para discutir grandes temas do setor como o futuro da mídia, o impacto das novas tecnologias e como mercado de notícias em geral está lidando com as mudanças no meio. Nas últimas edições, contou com profissionais de veículos como BBC, The New York Times, CNN, Globo, Facebook, The Guardian, Pro-Publica, Google, Microsoft, Clarín, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Abril, além de agências, anunciantes e especialistas.

Fonte: Terra
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