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Marina anuncia filiação 'democrática' ao PSB de Campos

5 out 2013 - 17h41
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A ex-senadora Marina Silva anunciou na tarde deste sábado sua filiação ao PSB e revelou que disputará a eleição presidencial de 2014 ao lado do presidente da sigla, o atual governador do Pernambuco, Eduardo Campos.

Nenhum dos dois, no entanto, deixou claro quem será o candidato à Presidência e quem será o vice, alegando que essa decisão será tomada no futuro.

Acertada entre a noite da sexta-feira e a manhã deste sábado, a aliança entre Marina e Campos foi a saída encontrada pela ex-ministra para disputar a Presidência após a Justiça Eleitoral recusar a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade, na quinta-feira.

"Esta é uma filiação simbólica. Uma filiação democrática", disse Marina rurante uma entrevista coletiva, acrescentando que não se sentia derrotada por não ter conseguido criar seu partido.

"A derrota ou a vitória só se mede na História. Apressam-se aqueles que pensam que a história se resume a uma canetada. Quando nâo é possível um novo caminho, há que se aprender uma nova maneira de caminhar", disse.

Chancela

Marina afirmou que o PSB possibilitou a chancela política e constitucional que a Justiça não havia dado e reiterou que continuará tentando oficializar a Rede. "Nós somos o primeiro partido clandestino criado em plena democradia."

Segundo ela, se filiar ao PSB era seu "plano C": "A decisão não é incoerente, porque nossos partidos, apesar de diferentes,têm pontos de contato que nos possibilitam estar aqui."

Após Marina assinar sua filiação ao PSB, assim como o deputado Walter Feldeman (SP),

Pedro Ivo de Souza Batista (DF) e Alfredo Sirkis, Campos tomou iniciou seu discurso, elogiando a "coragem" da ex-ministra.

"Ela é uma filha do povo brasileiro e com essa decisão dá uma aula e marca a história do nosso país. Daqui a 10, 20, 30 ou 40 anos, esse dia será lembrado por aqueles que vão vir depois de nós", disse o governador.

"Esse é um ato que reforma a política brasileira, que aproxima muita gente que já foi às ruas desse país, que se decepcionaram. . O que ocorre aqui hoje é o desejo de discutir o Brasil, de seguir um diálogo distento, não é mais as velhas lideranças falando pra muita gente, é um diálogo onde todos querem participar."

Vice

Na manhã de sábado, um dos principais coordenadores da Rede, Bazileu Margarido, havia dito que Marina se colocaria à disposição para se candidatar à vice-presidente, numa chapa encabeçada por Campos.

Antes da decisão, a candidata analisou diversas propostas de aliança. Uma delas era a do presidente do do PPS, Roberto Freire, com quem Marina se reuniu na manhã deste sábado. Ela propôs uma aliança com Freire, que negou o apoio.

A exato um ano da eleição, este sábado era o último dia para que políticos se filiassem a partidos, caso quisessem disputar as eleições do ano que vem.

Além de Marina e Campos, também devem participar da disputa eleitoral em 2014 a

presidente Dilma Rousseff e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB).

'Morosidade'

Mesmo com a candidatura pelo PSB, Marina já havia deixado claro que continuaria trabalhando pela criação da Rede Sustentabilidade. Isso porque, segundo ela, apesar do veto da Justiça Eleitoral, a Rede já era um partido pois já tinha "tem base social, com militantes em todas as unidades da Federação".

A Rede Sustentabilidade começou a ser criada em 2011, quando Marina anunciou a ideia de um novo partido voltado para a "sustentabilidade em todos os níveis". Desde então, as 492 mil assinaturas mínimas necessárias para o registro eleitoral começaram a ser coletadas. Ontem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu o pedido de registro da Rede porque o número não foi atingido.

Marina alega que o erro foi dos cartórios eleitorais, que desconsideraram as assinaturas de jovens com menos de 18 anos e idosos, que não são obrigados a votar e por isso foram considerados não quites com a Justiça Eleitoral. Ela reclamou também da morosidade desses cartórios em apurar as assinaturas.

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