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Mais Médicos: brasileiros se empenham para ensinar português a estrangeiros

Na noite desta segunda-feira, estrangeiros foram recebidos pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT)

2 set 2013 - 21h45
(atualizado às 22h01)
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Governador Tarso Genro recebe médicos estrangeiros
Governador Tarso Genro recebe médicos estrangeiros
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini / Divulgação

Para se adaptar ao idioma da forma mais rápida possível, os médicos estrangeiros que participarão do programa Mais Médicos têm recebido ajuda dos colegas brasileiros formados no exterior para se adaptar ao idioma, que, junto com a formação, é uma das maiores críticas feitas pela categoria médica contra a vinda de profissionais de fora para atuar no País. As aulas de português são diárias, mas os brasileiros têm ficado até mais tarde ajudando os colegas. 

“Tem aulas de português todos os dias, trabalhos em grupos, e eles (os estrangeiros) ficam até depois da aula estudando”, diz a médica brasileira formada na Argentina Luciana Nunes Lima, que pela primeira vez terá oportunidade de trabalhar no Brasil. 

“Os brasileiros ficam com a gente para nos ajudar”, completa a uruguaia Irina Teresita Yon Yarcaeal, que, apesar de morar na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, viaja 120 quilômetros até a cidade uruguaia de Melo para poder trabalhar, mesmo com toda sua vida no Brasil. 

Ambas são profissionais formadas no exterior que escolheram o Rio Grande do Sul como local de trabalho, e que, há cerca de 10 dias, passam por um curso de adaptação e capacitação, para trabalhar no Brasil. Na noite desta segunda-feira, os médicos foram recebidos pelo governador do Estado, Tarso Genro (PT), em sinal de apoio, já que a vinda desses profissionais tem sido muito criticada pelos brasileiros.

“O curso é bem voltado para a atenção básica, para a prevenção”, explica Luciana, pouco antes de criticar a postura dos médicos brasileiros e o exame de revalidação do diploma, conhecido como Revalida. “O Revalida é uma brincadeira, porque o foco não é atenção básica, ele aborda questão voltadas para especialidades, no ano em que eu fiz em Cuiabá, era todo voltado para oncologia, tanto que dos quase 1 mil inscritos, apenas quatro passaram, todos oncologistas."

Luciana afirma que apesar da categoria médica criticar a vinda de profissionais formados no exterior, “eles não vão nos postos e unidades de saúde para atender o povo, porque R$ 10 mil para eles não é nada, para eles isso é lixo, é uma classe que quer ter seu consultório  para atender a elite”.

Tarso Genro cumprimenta o médico Marcos Tiaraju Corrêa da Silva
Tarso Genro cumprimenta o médico Marcos Tiaraju Corrêa da Silva
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini / Divulgação

A brasileira formada na Argentina diz que, com a ajuda das equipes de médicos das famílias, será possível fazer um acompanhamento muito mais profundo da população, combatendo doenças como hipertensão e diabetes. “Um médico não precisa de muita coisa para trabalhar, basta um estetoscópio”, diz, afirmando que é melhor ter um atendimento básico, do que não ter médico algum.

Irina diz que o curso é muito bom, voltado paras as necessidades dos profissionais estrangeiros, e que toda a estrutura que tem sido oferecida para que os deixam preocupados apenas com a preparação. 

“O curso é muito bom, e, além disso, a convivência com os médicos brasileiros tem sido muito boa. Eles nos ajudam muito, falamos apenas português, e peço que me corrijam quando falo alguma coisa errada”, diz a médica  uruguaia, que logo em seguida emenda que o espírito que tem movido os profissionais inscritos no programa é de “poder trabalhar em áreas mais carentes, onde as pessoas não têm médicos, e, por isso, confiamos que o povo está com a gente”.

Espionagem

Durante a recepção aos médicos, o governador gaúcho comentou também as novas denúncias de espionagem contra a presidente Dilma Rousseff e assessores próximos pelo serviço secreto do governo dos Estados Unidos. Para Genro, o fato ocorre “há muito tempo”. 

“Isso (espionagem) é real, ocorre há muito tempo, e os mecanismos tecnológicos de ‘invasividade’ que está vindo das pessoas proporcionam isso e vão continuar proporcionando isso sempre. É obvio que os Estados Unidos espionam quem eles querem no mundo. Tanto é verdade que eles atacam quem eles querem”, afirmou o petista. 

Fonte: Terra
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