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Oriente Médio

Lula quer ouvir líderes jordanianos sobre processo de paz

17 mar 2010 - 11h02
(atualizado às 12h13)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta quarta-feira a Amã, capital da Jordânia, para conversas com altas autoridades jordanianas sobre um maior esforço no avanço do processo de paz no Oriente Médio.

A visita ao país árabe é a última escala de seu giro pela região, que incluiu encontros com líderes de Israel e Territórios Palestinos.

O presidente Lula terá um encontro, ainda nesta quarta, com o Rei Abdullah II no Palácio Real, residência oficial do monarca jordaniano.

Segundo o embaixador brasileiro em Amã, Fernando José Marroni de Abreu, o presidente brasileiro se reunirá com diversas autoridades da Jordânia para ver como o Brasil pode se tornar um interlocutor no processo de paz entre israelenses e palestinos.

"O presidente visita a região para ouvir de todos os lados envolvidos no processo de paz como o Brasil pode contribuir para fazer avançar as conversas de paz no Oriente Médio", disse o embaixador.

A Jordânia é o único país árabe, juntamente com o Egito, que assinou um tratado de paz com Israel, em 1994.

Uma grande parcela da população jordaniana tem origem palestina e o país mantém total relação diplomática com Israel, incluindo investimentos mútuos em diversas áreas.

A viagem de Lula é a primeira de um presidente brasileiro à Jordânia, assim como a Israel e Territórios Palestinos.

Crise

O Brasil quer participar como mediador de um eventual novo processo de paz entre israelenses e palestinos.

Em Israel, Lula teve encontros com o presidente israelense Shimon Peres e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, com quem discutiu a participação do Brasil na mediação com os palestinos.

O presidente brasileiro também se reuniu com o colega palestino Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Salam Fayyad.

Ele prometeu que o Brasil faria o "que estivesse ao seu alcance para ajudar no processo de paz na região".

A viagem de Lula pelo Oriente Médio se dá em meio a mais uma nova crise detonada pelo anúncio da construção de 1,6 mil casas em Jerusalém Oriental - que os palestinos reivindicam como sua futura capital.

O governo americano chegou a classificar de "insulto" o anúncio do Ministério do Interior de Israel, que gerou um mal-estar com os Estados Unidos, em um momento em que os americanos propuseram a retomada do diálogo indireto entre israelenses e palestinos para fazer avançar o processo de paz.

A iniciativa americana era o primeiro passo concreto em mais de um ano de negociações congeladas.

O anúncio da construção de casas gerou confrontos em Jerusalém Oriental e levou Israel a fechar as fronteiras com a Cisjordânia.

Investimentos

Além de encontros com autoridades políticas, o presidente brasileiro participará de um fórum de negócios com cerca de 60 empresários brasileiros e outros 400 investidores jordanianos.

O volume de negócios entre Brasil e Jordânia, de acordo com o Itamaraty, ficou em U$ 190 milhões em 2009.

Este número é inferior aos U$ 318 milhões comercializados em 2008. A queda no comércio entre os dois países teria sido causada pela crise financeira e econômica mundial.

De acordo com o Itamaraty, o Brasil tem interesse em oportunidades de cooperação e exploração em diversas áreas como indústrias farmacêuticas, fertilizantes e turismo.

Entre os produtos que a Jordânia importa do Brasil destacam-se principalmente carnes, frangos e açúcar, enquanto que os principais produtos importados pelo Brasil são o alumínio e equipamentos militares.

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