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Lula: é preciso converter sensibilidade em dinheiro para Haiti

18 jan 2010 - 07h50
(atualizado às 08h23)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta segunda-feira que os países "transformem a sensibilidade" diante da situação no Haiti em dinheiro para que se possa começar a reconstruir o país. No programa semanal Café com o Presidente, ele elogiou a mobilização global em torno da nação caribenha e afirmou que o Brasil tem um papel importante no processo de reconstrução do Haiti.

Destroços queimam nas ruas de Porto Príncipe
Destroços queimam nas ruas de Porto Príncipe
Foto: AP

"O momento agora é de colocar a mão no bolso e ajudar", disse. "O Brasil já está, há vários anos, reivindicando dinheiro dos países doadores, porque é preciso que a gente resolva o problema do Haiti com mais rapidez", afirmou o presidente.

Lula disse que o governo brasileiro anunciou ajuda de US$ 15 milhões ao Haiti e afirmou, sem citar nomes, que alguns países podem ajudar mais. Para o presidente, é preciso que haja coordenação para que a ajuda humanitária tenha efeito na reconstrução da nação. A prioridade, segundo ele, deve ser água e alimentação para os haitianos.

O presidente lamentou a morte de militares brasileiros que participavam da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), quando o terremoto de 7 graus na escala Richter foi registrado. Ele lembrou também a morte da fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns. "Foi uma situação muito difícil, porque não havia os instrumentos necessários para que a gente pudesse remover os destroços e salvar pessoas com vida, que foi a primeira preocupação", afirmou.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e pelo menos 15 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Três militares estão desaparecidos.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Agência Brasil Agência Brasil
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