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MPF denuncia executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez

Com as denúncias desta sexta, já são 136 pessoas formalmente acusadas pelo MPF na Operação Lava Jato

24 jul 2015 - 18h49
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Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira Odebrecht
Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira Odebrecht
Foto: Cassiano Rosário / Futura Press

O Ministério Público Federal apresentou, nesta sexta-feira (24), denúncia contra 22 acusados por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, investigados na 14ª fase da Operação Lava Jato. Entre os denunciados, estão os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht; da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo; executivos e ex-executivos das construtoras, ex-diretores da Petrobras e operadores do esquema. Dos 22 denunciados, 16 são citados pela primeira vez pelo MPF à Justiça Federal. Com as denúncias desta sexta, já são 136 pessoas formalmente acusadas pelo MPF na Operação Lava Jato.

A denúncia que abrange a Andrade Gutierrez atinge 12 pessoas. São denunciados 106 atos de corrupção ativa, 61 de corrupção passiva, além de 62 atos de lavagem de dinheiro em contratos de R$ 8,94 bilhões - dos quais, segundo o Ministério Público Federal, foram desviados R$ 243 milhões. No total, a denúncia pede o ressarcimento de R$ 486 milhões aos cofres públicos.

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Segundo o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato, a Andrade Gutierrez pagou propina a Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, tendo como destinatário final o PP. A construtora pagou também a Fernando Soares, o Fernando Baiano - que operou para o PMDB - e a Mário Goes, Pedro Barusco e Renato Duque - que repassaram recursos ao PT.

Dos 22 denunciados, 16 são citados pela primeira vez pelo MPF à Justiça Federal
Dos 22 denunciados, 16 são citados pela primeira vez pelo MPF à Justiça Federal
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

Pela Odebrecht, a denúncia envolve 13 pessoas, acusadas de desviar R$ 389 milhões em 56 atos de corrupção e 136 atos de lavagem de dinheiro. O MPF aponta prejuízos de R$ 6,7 bilhões aos cofres públicos com a atuação irregular da Odebrecht junto à Petrobras. A denúncia contra a Odebrecht abrange três diferentes frentes de atuação.

Na primeira delas, o MPF acusa a construtora de pagar R$ 1,5 milhão ao ex-gerente da obra do Centro Administrativo de Vitória Celso Araripe, para obter o contrato. 

Outra frente da denúncia envolve o contrato de nafta da Brasken com a Petrobras, no qual o MPF aponta R$ 6 bilhões de prejuízo aos cofres públicos por conta dos valores negociados e da necessidade de importação de nafta. Para se chegar a esse valor, explica o procurador, foram pagos US$ 5 milhões ao ano em propina ao PP através de Paulo Roberto Costa.

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A terceira acusação é referente à formação de cartel e fraude nas licitações da Petrobras, “com lucros extraordinários com parte revertida em propinas a agentes públicos, políticos e partidos”, pela qual outras empreiteiras já foram denunciadas. A diferença foi que, ao invés de usar doleiros e operadores como as demais construtoras, o pagamento foi feito por contas no exterior da empresa a contas dos ex-diretores da Petrobras

O Ministério Público apresentou provas de que cinco empresas de nome da Odebrecht passavam recursos para offshores que tinham como real titular a Odebrecht e, dessas contas, os recursos seguiam para contas de intermediárias e, depois, para constas de Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque. Ao todo, foram identificadas 115 transações, movimentando R$ 1,038 bilhão, algumas delas ocorridas até junho de 2014, depois da deflagração da Lava Jato.

Números históricos

Na coletiva em que detalhou a denúncia, o procurador citou que jamais houve uma recuperação de valores tão grande na história do Brasil. “São R$ 870 milhões já restituídos, sendo que R$ 385,5 milhões são objetos de repatriação”, contou. Além disso, o MPF já pediu R$ 6,7 bilhões em termos de multas e tem mais de R$ 2,4 bilhões judicialmente bloqueados, R$ 900 milhões desses no exterior. “O Brasil não vai compactuar com a prática de crimes, por mais poderosos que sejam seus autores. Ninguém está acima da lei. Essas denúncias são um monumento à igualdade”, concluiu o procurador.

Na coletiva em que detalhou a denúncia, o procurador citou que jamais houve uma recuperação de valores tão grande na história do Brasil
Na coletiva em que detalhou a denúncia, o procurador citou que jamais houve uma recuperação de valores tão grande na história do Brasil
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

Confira a lista completa dos denunciados nesta sexta-feira:

Alberto Youssef

Alexandrino de Salles Ramos de Alencar

Antônio Pedro Campello de Souza Dias

Armando Furlan Júnior

Bernardo Schiller Freiburghaus

Celso Araripe d’Oliveira

Cesar Ramos Rocha

Eduardo de Oliveira Freitas Filho

Elton Negrão de Azevedo Júnior

Fernando Antônio Falcão Soares

Flávio Gomes Machado Filho

Lucélio Roberto Von Lehsten Fóes

Marcelo Bahia Odebrecht

Marcio Faria da Silva

Mario Frederico Mendonça Goes

Otávio Marques Azevedo

Paulo Roberto Costa

Paulo Roberto Dalmazzo

Paulo Sérgio Boghossian

Pedro José Barusco Filho

Renato de Souza Duque

Rogério Santos de Araújo

Fonte: Especial para Terra
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