PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Juíza diz que exumação de Goulart pode ter implicação da Argentina

16 nov 2013 - 16h29
(atualizado às 17h39)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Ao lado da viúva de Jango, Maria Teresa Goulart (dir.), Dilma deposita flores sobre o caixão do ex-presidente</p>
Ao lado da viúva de Jango, Maria Teresa Goulart (dir.), Dilma deposita flores sobre o caixão do ex-presidente
Foto: Beto Nociti / Futura Press

A juíza argentina Mabel Borda afirmou que a exumação nesta semana dos restos do ex-presidente brasileiro João Goulart, em um procedimento que procura determinar se o ex-líder foi envenenado como parte da Operação Condor, pode ter uma implicação de seu país, segundo informa neste sábado a imprensa.

Borda, que da mesma forma que colegas brasileiros solicitou a exumação dos restos de Goulart, está à frente do caso que começou a ser investigado na Argentina desde 2011.

No ano passado, Borda e um grupo de investigadores visitaram o hotel fazenda no qual Goulart morreu no exílio, segundo as autoridades argentinas por um ataque cardíaco.

Segundo a juíza, apesar da investigação ser de maneira conjunta e "em cooperação", cada país "trata a causa" independentemente.

Os restos mortais de Goulart foram recebidos na quinta-feira em Brasília pela presidente Dilma Rousseff com as honras fúnebres reservadas para um chefe de Estado e que foram negadas na época pelos militares que o derrubaram em 1964.

O líder esquerdista conhecido popularmente como "Jango" é até agora o único ex-presidente brasileiro morto no exílio e era o único que, segundo a Presidência, não foi homenageado na época de seu falecimento com "o ritual concedido a todos os chefes da Nação".

Isso ocorreu porque o regime militar que o tirou do poder em 1964 e que governou o país até 1985, apesar de permitir a repatriação do cadáver, apenas autorizou que fosse sepultado em São Borja, sua cidade natal e próxima à fronteira com a Argentina, sem honras.

A exumação foi ordenada pela Justiça precisamente para a realização de exames que permitam estabelecer se Goulart morreu de ataque cardíaco, como foi informado em 1976, ou se foi envenenado como parte da Operação Condor.

Um ex-membro do serviço secreto uruguaio, preso no Brasil por narcotráfico, assegurou há cinco anos que Goulart foi envenenado por agentes de vários países no marco da Operação Condor.

Esse testemunho, somado ao de outras pessoas e um pedido da família, que sempre suspeitou do envenenamento, obrigaram a Procuradoria a abrir uma investigação em 2007 para determinar as causas da morte e a solicitar a exumação do cadáver.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade