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Jornalistas da EBC anunciam greve a partir desta quinta

Profissionais da empresa pública de comunicação são responsáveis, inclusive, pelo programa 'Voz do Brasil'

7 nov 2013 - 16h23
(atualizado às 19h22)
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<p>Servidores ocupam escadaria da EBC em Brasília</p>
Servidores ocupam escadaria da EBC em Brasília
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Os funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) anunciaram que entrariam em greve às 16h desta quinta-feira. De acordo com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), os empregados rejeitaram a proposta da direção referente à negociação do acordo coletivo. A medida foi aprovada em assembleia nacional, que contou com a participação de mais de 600 funcionários de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e São Luís, reunidos por meio de videoconferência. Esta foi a maior assembleia da história da empresa.

Os trabalhadores, que estão em estado de greve desde 24 de outubro, reivindicam manutenção de direitos no acordo coletivo. Está marcada para amanhã, às 13h, nova reunião geral para avaliar se a greve deve continuar ou não.

Na última reunião de negociação, o diretor-presidente, Nelson Breve, apresentou proposta que definiu como “o máximo obtido junto ao governo federal”. Como os funcionários não aceitaram as condições, a situação deverá ser levada à Justiça do Trabalho.

A empresa propôs um acordo de dois anos, com reajuste no valor do IPCA (índice da inflação) mais ganho real de 0,5% em 2013 e outro de 0,5% em novembro de 2014. Para os benefícios, o reajuste seria o IPCA, à exceção do auxílio-creche, que teria reajuste de mais de 11%. Seria concedido um tíquete extra de R$ 832 em dezembro de 2013 e outro corrigido pela inflação acumulada em dezembro de 2014.

Na opinião dos trabalhadores, a proposta é insuficiente. Os grevistas aprovaram uma contra-proposta como sinalização de que apoiam a continuidade das negociações. Outra queixa é a imposição dos vetos do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, a dez itens, o que para eles representa perda de direitos.

Entre as reivindicações do trabalhadores, estão o aumento linear salarial de R$ 290,00 (tíquete-alimentação/refeição adicional no fim do ano + Vale-Cultura + ganho real de 1% linear divido por todos os funcionários multiplicado por 1,5, que é o período de vigência do acordo proposto); e aumento de 11% no tíquete-alimentação.

A EBC é responsável pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Portal EBC, Radioagência Nacional, além de oito emissoras de rádio, como as rádios Nacional do Rio de Janeiro e de Brasília e as rádios MEC AM e FM. Também opera serviços como o canal de televisão NBr e o programa de rádio Voz do Brasil

<p>Funcionário decidem futuro da mobilização em assembleia amanhã</p>
Funcionário decidem futuro da mobilização em assembleia amanhã
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Anúncio da paralisação

Logo após as 16h, a Agência Brasil publicou uma notícia com o anúncio da paralisação. "Servidores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entraram em greve a partir das 16h de hoje (7). Uma assembleia de avaliação do movimento está prevista para amanhã (8), às 13h."

"Estamos há dois anos sem ganho real e a empresa nos oferece um aumento de 1% em dois anos e um tíquete-alimentação extra. Os servidores e os sindicatos apresentaram uma contraproposta, mostrando que não estão irredutíveis, mas a direção da empresa não aceitou. Diante disso, a categoria não vê disposição por parte da direção da EBC para tentarmos chegar ao mínimo que os servidores esperam”, disse o presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal, Carlos Alberto de Macedo Paes, conhecido como Carlinhos.

EBC se diz surpreendida e considera greve ilegítima

A EBC diz ter sido "surpreendida" pela deflagração da greve de seus empregados. De acordo com a empresa, durante as negociações do acordo coletivo, ela "em nenhum momento se posicionou de forma a prejudicar os seus empregados. Pelo contrário, sempre concordou com a necessidade de preservação do poder de compra dos salários e benefícios sociais".

Embora afime que "a proposta final oferecida pela EBC aos empregados foi de recomposição integral do índice inflacionário", a EBC informou que "não haverá perda de direitos por parte do corpo funcional", mas que "considera ilegítimo o modo como foi deflagrada e anunciada a greve", por não ter "o aval formal da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade (Contcop)".

"O conjunto de serviços prestados pela EBC é definido como essencial pelas normas constitucionais", diz nota da empresa. "Portanto, os empregados deverão garantir o funcionamento mínimo dos serviços."

Fonte: Terra
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