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Papa Francisco no Brasil

Jesuítas do mundo inteiro esperam papa Francisco no Brasil

21 jul 2013 - 15h46
(atualizado às 20h30)
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Milhares de peregrinos jesuítas de todo o mundo se reuniram neste domingo no Rio de Janeiro para esperar a chegada do papa Francisco, o primeiro pontífice dessa ordem religiosa, que teve um grande impacto no desenvolvimento da América Latina.

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O colégio Santo Inácio do Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, abrigará dois mil peregrinos jesuítas de mais de 50 países de todo o mundo, amparados pelo coletivo jesuíta Magis.

O colégio, que leva o nome do fundador da ordem no século XVI, o espanhol Santo Inácio de Loyola, estava repleto de peesoas que falam diversos idiomas e carregavam bandeiras de seus respectivos países.

Como acompanhar a chegada do Papa

É uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ) especial para todos eles, muito mais para os membros da Companhia de Jesus em Buenos Aires, de onde o papa Francisco é oriundo. O estudante portenho de filosofia Beto Bettinelli, 24 anos, disse à Agência Efe que espera levar para casa sua experiência durante a JMJ, para que ali "também desfrutem desta Igreja".

"Espero me encontrar com a igreja universal, com peregrinos de todo o mundo e desfrutar da alegria de todos os que vieram aqui e querem viver a mesma fé", relatou. A mesma esperança demonstrava o paraguaio Sergio Costafría, 19 anos e futuro estudante de Jornalismo.

"Vejo muitas nações, estou emocionado, com muitas expectativas que isto seja incrível", expressou envolvido na bandeira de seu país.

Antes de chegar ao Rio de Janeiro, ambos participaram de uma "Pré-Jornada Mundial da Juventude" organizada pelo coletivo Magis desde 1997 para realizar atividades de voluntariado ligadas à Companhia, segundo explicou à Efe o responsável de comunicação, o pai Geraldo Lacerdine.

"Nós, jesuítas, pensamos: 'Se a cada xis anos o papa reúne a juventude na JMJ, então nós poderíamos reunir a juventude ligada à Companhia de Jesus no mundo todo", disse Lacerdine. Os jesuítas deixaram sua marca na América Latina, onde desenvolveram uma grande atividade evangelizadora desde a época colonial.

Hoje foi um dia de amparo e preparativos no Colégio Santo Inácio, onde enquanto alguns peregrinos completavam sua inscrição, outros se dirigiam às salas de aula improvisadas como dormitórios para se instalar.

De uma delas saiu a indonésia Priska Kalista, 25 anos, que destacou que as pessoas do Brasil são "encantadoras" e que disse que está muito "entusiasmada" para conhecer o papa. "Parece muito humilde e muito próximo dos jovens", afirmou.

"Esperamos desfrutar da JMJ e viver a força que tem a juventude católica", contou à Efe Irene Carrión, uma madrilena de 20 anos, antes ir para praia, que nesta semana se transformará em um grande templo ao ar livre.

O professor acredita que a origem latino-americana do papa Francisco também é um sinal de mudanças que devem ocorrer na Igreja. "É o primeiro papa do terceiro mundo e seguramente vai inaugurar uma dinastia de papas que virão da África da Ásia e da América latina, onde vivem 60% dos católicos. Acho que começa uma nova história da Igreja, com um novo estilo de papado: não mais imperial, monárquico, mas sim pastoral. Ele está mostrando isso. O tempo é curto para ver as consequências, mas todo mundo está se realinhando à forma mais comedida e simples que ele está inaugurando", disse.

Sobre as recentes manifestações populares no país, Leonardo Boff destacou que o Papa deve manifestar o desejo de que as autoridades brasileiras ouçam as demandas dos jovens, que pedem melhor qualidade de vida para o povo. "A causa deles é justa e está conforme o Evangelho. (…) Creio que o papa vai fazer um apelo também às autoridades para que escute os cidadãos e não governe de costas para o povo. Acho que ele é um homem corajoso, que fala a verdade. Não usa metáforas e nem discursos vaporizados, que vão escondendo as contradições. Ele fala sobre as contradições e sobre a nossa responsabilidade em resolvê-las", analisou

O teólogo não acredita que a vinda do Papa possa despertar protestos ou manifestações. "Os jovens já entenderam que ele (o Papa) está do lado deles e não contra eles. O povo brasileiro é acolhedor e hospitaleiro, não fará manifestações contra o Papa. Haverá manifestações ao estilo do que houve até agora, sem auxílio de partido e sem movimentos identificados. É o povo que está na rua reclamando outro tipo de governo, outro tipo de democracia, outro tipo de relação para com a população, que não seja esta autoritária, mediada por políticos corruptos. Essas manifestações poderão continuar e o papa seguramente vai entender e apoiar isso. Seguramente vão abrir ala e aplaudir o Papa. (…) Não temo que haja distúrbios, pelo contrário: será muito emblemática a presença dele. Ele é Francisco. Francisco não é um nome. É um projeto de Igreja: diferente, unida, popular, pobre e amante da natureza, chamando todos os seres, como chamava são Francisco, de irmãos e irmãs. Irmãos e irmãs a gente trata bem, cuida e não entra em conflito com eles", concluiu

Papa Francisco no Brasil

Com um público estimado em 1,5 milhão de pessoas, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 ocorre entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro. O evento, realizado a cada dois ou três anos, promove um encontro internacional de jovens católicos o Papa. A última edição da JMJ ocorreu em 2011, em Madri, na Espanha, e reuniu cerca de 2 milhões de pessoas, de mais de 190 países.

O evento marca também a primeira grande visita internacional do papa Francisco desde sua nomeação como líder máximo da Igreja Católica, em 13 de março desde ano. O Pontífice chega ao Rio de Janeiro na tarde do dia 22 de julho, com retorno a Roma previsto para o dia 28. Sua agenda no Brasil contempla a visita à comunidade de Varginha, no complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio, e ao Hospital São Francisco de Assis. Além disso, terá um encontro com a sociedade no Theatro Municipal, no centro da cidade, e ao Santuário de Aparecida, em São Paulo. O ponto alto fica por conta de duas grandes celebrações na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, nos dias 25 e 26.

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EFE   
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