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Oriente Médio

Israel: brasileira acusada de tráfico ficará presa até nova audiência

5 nov 2010 - 18h47
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GABRIEL TOUEG
Direto de Tel Aviv

A brasileira Lilian Lichewitz, detida pela polícia israelense em Tel Aviv no começo da semana com os pais, Victor e Elza, ficará presa pelo menos até o próximo domingo, quando uma nova audiência deve ocorrer. Em audiência realizada em primeira instância na manhã desta sexta-feira, os advogados da família, Keren Shaked e Marcos Wasserman, entraram com um pedido para que ela fosse liberada para o regime de prisão domiciliar. Lilian e os pais foram presos na madrugada da última segunda-feira por suspeita de tráfico de drogas quando estavam no avião momentos antes da decolagem.

Os pais de Lilian foram liberados na última quinta-feira e estão em prisão domiciliar por sete dias e não podem deixar Israel por até 30 dias. Victor e Elza pagaram fiança e só podem sair da casa dos parentes onde estão, em Bnei Brak, para ir ao escritório dos advogados, acompanhados e com autorização judicial. Lilian está detida na prisão de Abu Kabir, em Holon, ao sul de Tel Aviv. O Terra não teve acesso à prisão, mas um pedido formal foi realizado junto ao porta-voz do serviço penitenciário.

Embora a juíza tenha inicialmente aceitado o pedido dos advogados e chegado a fixar o valor da fiança a ser paga, a polícia entrou com uma apelação para mantê-la detida durante o fim de semana (sexta e sábado). O escritório do porta-voz da polícia se recusou a dar informações com relação ao motivo para a extensão da detenção.

No domingo pela manhã uma nova audiência será realizada, em segunda instância, também em Tel Aviv. De acordo com os advogados, as chances de que ela permaneça presa são pequenas, porque a polícia teria que entrar com uma nova apelação junto à Corte Suprema, em Jerusalém. Nervosa e abatida durante a audiência, Lilian chorou quando Wasserman, que também é brasileiro, traduziu a decisão final da juíza. Antes, ela disse a uma funcionária da Embaixada brasileira em Tel Aviv "não posso mais ficar aqui".

Os pais dela não puderam acompanhar a audiência e receberam a informação pelo telefone. Abalados, eles não concordaram em falar com a imprensa.

Hotel Metropolitan
Lilian e os pais foram detidos no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, depois de deixarem uma mochila com doces, chocolates e 1,2 kg de haxixe no hotel Metropolitan, localizado em uma área nobre da cidade, próximo da orla. Eles alegaram que a mochila não pertence a eles, e pediram a funcionários do hotel para cuidar do assunto. Os funcionários, então, chamaram a polícia.

O chefe de segurança do hotel, identificado apenas como Zohar, se recusou a conversar com o Terra. Por telefone, o diretor do Metropolitan, Ariel Dolev, se mostrou bastante irritado ao ser questionado e se recusou a relatar a versão dos funcionários do hotel. Ele disse apenas que o hotel não tem nenhuma participação no caso e insistiu que não sabia como os funcionários teriam agido quando receberam a mochila.

De acordo com a versão da família, a mochila, com cerca de 5 a 10kg, apareceu dentro do quarto em que estavam hospedados. Wasserman disse ao Terra que "o Victor (pai de Lilian) notou a mochila ao lado de uma bolsa de primeiras necessidades que ele tinha ao lado da cama". Segundo o advogado, o pacote foi descoberto na manhã de domingo, mesmo dia do voo de volta para o Brasil.

Fonte: Especial para Terra
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