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Investimentos evitaram apagão pior que o de 2002, diz ONS

26 nov 2009 - 10h13
(atualizado às 10h42)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta quinta-feira que os crescentes investimentos em interligações regionais permitiram que o apagão do último dia 10 de novembro - que deixou 18 Estados às escuras - fosse menos impactante que os blecautes de 1999 e 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Na avenida Paulista, só faróis de veículos e luzes de geradores ficaram acesas
Na avenida Paulista, só faróis de veículos e luzes de geradores ficaram acesas
Foto: AP

"Comparando esse blecaute ao de 99 e de 2002 a gente identifica claramente que (hoje) são questão muito menos relevantes no sistema de impacto. Naquelas ocasiões desligou-se com impacto significativo em todas as regiões do País e desta vez sul, norte, nordeste e boa parte do sudeste foram preservados", disse Chipp ao participar de audiência pública sobre o apagão.

"O investimento em interligações regionais tornou o sistema mais robusto. Estes investimentos evitaram que se propagasse como 99 em 2002, (quando) as contingências foram menos severas e os efeitos foram mais severos", afirmou.

Ao explicar as hipóteses para o apagão, Hermes Chipp voltou a afirmar ser "remotíssima" a probabilidade, como ocorreu, da usina hidrelétrica de Itaipu parar de gerar energia elétrica para o País e disse ser inviável economicamente colocar usinas térmicas para funcionar ininterruptamente como backup das hidrelétricas.

"(Houve uma) contingência que eu com 40 anos de profissão nunca vi igual. O relatório está em andamento. Trabalhamos com praticamente duas hipóteses. O que nunca pode-se descartar são as descargas. A primeira impressão é que raios fortes e fracos (causaram o problema). Raios fracos são até mais perigosos. A outra é que tem-se claramente através de testes que os isoladores (mecanismos que evitam que que chuvas causem curto-circuito no sistema) submetidos a chuvas intensas perdem a suportabilidade", explicou.

Sem apontar ainda uma causa precisa para o blecaute do início do mês, Chipp disse acreditar que "em função dessa investigação (sobre as causas do apagão) algumas providências podem ser tomadas".

Falta de Luz

Por volta das 22h30 de terça-feira (10), as 18 unidades geradoras da usina de Itaipu começaram a "rodar no vazio" - ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O problema atingiu pelo menos 18 Estados, sendo que quatro deles (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo) ficaram completamente às escuras. Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia foram parcialmente atingidos pela falta de luz. A situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.

Três linhas de transmissão com problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, duas das linhas vão de Ivaiporã, no Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. A terceira liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.

Com 18 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), 28,8 mil megawatts de potência foram perdidos com a pane (cerca de 40% da energia do Brasil), o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões. Para abastecer o Estado de São Paulo, por exemplo, são necessários cerca de 17 mil megawatts.

Fonte: Redação Terra
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