Em reunião intermediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), lideranças indígenas se comprometeram neste sábado a não invadir novas propriedades em Mato Grosso do Sul, além das fazendas já ocupadas - Buriti, em Sidrolândia, e Esperança, em Aquidauana. O compromisso foi firmado com a promessa do CNJ de intermediar um encontro entre representantes dos indígenas com a presidente Dilma Rousseff até o fim do prazo de 15 dias. As informações são do MSTV.
A reunião foi agendada para negociar uma saída pacífica ao impasse gerado com a ordem de reintegração de posse da fazenda Buriti. Na última quinta-feira, o indígena Osiel Gabriel, 35 nos, morreu baleado durante operação da Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar. O cunhado de Oziel teve de ser retirado do local da reunião por se recusar a entregar o arco e flecha que levava. O líder indígena Alberto Terena se mostrou otimista com a possibilidade de encontro com Dilma. "Por várias vezes foi quebrado o acordo. Agora, com uma representação muito importante, de Brasília, eu creio que podemos dar um encaminhamento, em busca do nosso direito. O que nós estamos buscando é o direito constitucional", disse. Eduardo Riedel, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), disse que os produtores rurais buscarão na Justiça seus direitos à propriedade. "Eles (índio) querem se manter em áreas invadidas e que os proprietários concordem com a invasão. E os proprietários não concordam, naturalmente. As comunidades se comprometeram aqui a não mais invadir, e os proprietários vão buscar na Justiça o seu direito à reintegração de posse", garantiu.
MS: veja como foi o confronto entre índios e policiais que deixou 1 morto
30 de maio - Indígenas atearam fogo em prédios da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, durante operação de reintegração de posse realizada na quinta-feira. Durante confronto com policiais militares e federais, um índio morreu baleado e outros quatro ficaram feridos
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Incêndio produziu grande coluna de fumaça em fazenda no interior de MS
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Construção ficou destruída após incêndio
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - A propriedade fica no interior da Terra Indígena Buriti, declarada pelo Ministério da Justiça como de ocupação tradicional em 2010
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Indígenas começam a deixar fazenda após operação de reintegração de posse
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Operação de retirada dos índios foi marcada pela tensão
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
3 de junho - Osiel Gabriel foi enterrado em cemitério próximo à fazenda ocupada
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Lideranças indígenas prestam últimas homenagens a jovem terena morto em confronto com policiais
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Segundo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cerimônia de sepultamento ocorreu em um misto de tristeza e indignação
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Corpo de Osiel passou por perícias para determinar origem do tiro que matou o jovem
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenta negociar um encontro entre os indígenas e a presidente Dilma Rousseff
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Indígenas prometem permanecer na fazenda ocupada mesmo após nova ordem de reintegração de posse
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Grupo da etnia terena se sentiu traído com decisão após negociar 'trégua' em reunião com o CNJ
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Índios rasgam cópias da decisão judicial que os obriga a deixar a fazenda Buriti em 48 horas
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Corpo do índio Osiel Gabriel, morto em confronto com policiais federais e militares, é enterrado em clima de revolta na aldeia Córrego do Meio, em Sidrolândia (MS)