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Prisão de 'magnatas' combate cultura de impunidade a ricos

Prisões de dois dos principais executivos no país nesta sexta-feira foram repercutidas na imprensa internacional

20 jun 2015 - 08h11
(atualizado às 09h39)
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Prisãos de presidentes de empreiteiras foi destaque pelo mundo
Prisãos de presidentes de empreiteiras foi destaque pelo mundo
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A prisão de dois dos principais executivos do país, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, ganhou destaque na imprensa internacional. Publicações como os americanos The Wall Street Journal e The New York Times, o britânico Financial Times, o francês Le Monde, o espanhol El País e o argentino Clarín, entre outros, repercutiram as detenções, feitas na manhã de sexta-feira.

O jornal The Wall Street Journal chamou os executivos de "magnatas" brasileiros acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.

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O periódico, assim como o New York Times e britânico Financial Times, chamou atenção para o nome dado a esta fase da operação - "Erga Omnes", que significa "para todos" em latim -, que, de acordo com a polícia, indica um esforço para acabar com a cultura de impunidade entre as classes mais ricas do país.

O WSJ disse que, apesar dos efeitos negativos, o escândalo revelado pela operação Lava Jato fez com que "polícia e órgãos judiciais emergissem como instituições independentes em uma nação onde ricos e poderosos escaparam de punições por muito tempo."

"[O nome da operação] foi aparentemente uma mensagem de que o país está tentando acabar com sua autodenominada cultura de impunidade, em que ricos e poderosos quebram a lei sem medo de punição", escreve o New York Times.

Jornais afirmaram que operação seria tentativa de acabar com cultura de impunidade entre ricos no país
Jornais afirmaram que operação seria tentativa de acabar com cultura de impunidade entre ricos no país
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Já o britânico Financial Times destacou a fala do policial federal Igor Romário de Paula, que disse que o nome da operação tem o objetivo de passar uma mensagem de que a lei se aplica a todos, independentemente de sua "posição social, poder de influência ou poder econômico".

O francês Le Monde deu destaque para o fato de que foram presos os presidentes de "duas das maiores empresas de construção do país que trabalham notoriamente nas obras de infraestrutura destinadas aos Jogos Olímpicos Rio 2016".

Já o argentino Clarín destacou os investimentos da Odebrecht na Argentina e outras ligações internacioais do suposto esquema - afirmando, por exemplo, que as investigações recolheram indícios na Suíça, Panamá e Mônaco.

Lula

O WSJ, o FT e o Clarín também mencionaram que as prisões desta sexta-feira aproximam o escândalo do ex-presidente Lula.

O Financial Times viu a abertura de investigações sobre um suposto tráfico de influência por parte de Lula para beneficiar a Odebrecht como um "sinal de que os promotores estão tentando ligar as atividades da Odebrecht a Lula".

Lava Jato: 59 mandados judiciais estão sendo cumpridos:

"No mês passado, promotores abriram uma investigação preliminar sobre 'tráfico de influência', um crime no Brasil. Eles investigam suspeitas de que ele teria ajudado a Odebrecht a ganhar contratos em Cuba e Angola, entre outros, enquanto a Odebrecht contribuía para uma fundação que ele gere", escreve o Wall Street Journal.

Para o Clarín, a prisão de Odebrecht "transcende a investigação das causas de corrupção na Petrobras" porque também toca na investigação sobre Lula.

Já o espanhol El País mencionou que "a suposta rede (de corrupção na Petrobras) operou desde 2002 e abarcou o mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT".

Lava Jato

As prisões dos executivos fizeram parte da 14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras. A nova fase da operação incluiu 59 mandados judiciais a serem cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Em comunicado, a Odebrecht diz acreditar que "a prisão é desnecessária pois a empresa tem colaborado com as investigações policiais."

A Andrade Gutierrez também negou envolvimento no escândalo.

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