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Igreja do Rio terá missa com bateria e sambistas

Ritmistas da Estácio de Sá, que levará ao sambódromo enredo sobre São Jorge, participam da celebração

20 jan 2016 - 17h13
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No sábado, como ocorre todo dia 23, haverá missa em homenagem a São Jorge na paróquia do santo, na Praça da República, no centro do Rio. Mas pela primeira vez, a celebração contará com uma bateria de escola de samba. Os ritmistas da Estácio de Sá, que no desfile do Grupo Especial deste ano desenvolverá o enredo "Salve Jorge! O guerreiro na fé", participarão da missa.

A Igreja de São Jorge receberá a bateria da Escola de Samba Estácio de Sá, que criou enredo sobre a história do santo
A Igreja de São Jorge receberá a bateria da Escola de Samba Estácio de Sá, que criou enredo sobre a história do santo
Foto: Agência Brasil

O padre Wagner, vigário episcopal do Vicariato Urbano da região portuária e do centro do Rio, é quem sempre celebra as missas, mas no sábado ele será acompanhado pelo padre Efren, pároco da igreja. De acordo com padre Wagner, a missa do dia 23, que antecede o carnaval, é uma celebração especial dedicada aos sambistas. Segundo ele, que também é capelão do Corpo dos Bombeiros, o enredo presta um grande serviço à Igreja.

Após a celebração, os fiéis seguirão, ao som da bateria, da paróquia até a quadra da Estácio de Sá, também no centro, vestidos com abadás com a imagem do santo. “Vai ter a caminhada e a gente vai animar cantando lá."

No dia 23 de dezembro, houve uma demonstração antecipada da ligação entre a Estácio e a Igreja. O pavilhão da escola foi levado até o altar e se juntou ao manto da imagem de São Jorge. “A bandeira é o orgulho de uma escola. Entretanto, ela tem um significado muito maior, que é a vida das comunidades do Morro de São Carlos (origem da fundação da escola), a esperança de investimentos. São tantas coisas estão escondidas naquela bandeira, que, ao contar a história de São Jorge, eles precisavam de uma benção inicial para ostentar a bandeira na avenida”, afirmou o padre.

A ligação da igreja católica com as escolas de samba nem sempre foi tão amistosa. Em 1989, a Beija-Flor foi proibida de mostrar a imagem do Cristo Redentor no enredo "Ratos e urubus larguem a minha fantasia" e desfilou com uma alegoria coberta por sacos de lixo pretos exibindo a faixa com a mensagem "Mesmo Proibido Olhai por nós!".

Tarcísio Zanon é um dos carnavalescos da equipe de Chico Spinoza, autor do enredo
Tarcísio Zanon é um dos carnavalescos da equipe de Chico Spinoza, autor do enredo
Foto: Agência Brasil

Em 2000, a Unidos da Tijuca enfrentou dificuldades no enredo "Terra dos papagaios... Navegar foi preciso". Embora tenha conseguido manter uma cruz para falar dos 500 anos do descobrimento do Brasil, o carnavalesco Chico Spinoza teve de cobrir um quadro com a imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança.

No desfile de 2016, o carnavalesco está novamente envolvido na ligação da Igreja com escolas de samba, mas de forma bem diferente. Autor do enredo sobre São Jorge, Spinoza trabalha com os carnavalescos Tarcísio Zanon e Amauri Santos. “A seriedade que eles estão tratando está sendo muito interessante”, acrescentou o padre.

Assim que o projeto do enredo ficou pronto, os carnavalescos se reuniram com o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta e pediram o apoio da Igreja. “Vamos da Capadócia ao martírio que ele sofreu e como se popularizou pelo mundo. Depois, vamos contar como ele se transformou em lenda até chegar ao Rio de Janeiro. Ddom Orani achou isso o máximo, porque é um viés cultural”, disse o carnavalesco Tarcísio Zanon.

Agência Brasil Agência Brasil
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