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Ibovespa recua no dia, mas garante 2a alta mensal seguida

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Por Danielle Assalve

SÃO PAULO, 31 Ago (Reuters) - O principal índice acionário da Bovespa recuou nesta sexta-feira, pressionado pelo tombo das ações do setor elétrico, mas encerrou agosto com a segunda alta mensal consecutiva.

A expectativa de atuação de bancos centrais para estimular a recuperação da economia global --fator que ajudou a sustentar as bolsas em alta neste mês-- continuará repercutindo no mercado em setembro, segundo analistas.

O Ibovespa teve queda de 0,34 por cento na sessão, a 57.061 pontos, na contramão das bolsas externas, que subiram após discurso do chairman do banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke. O giro financeiro da bolsa foi de 10,23 bilhões de reais, acima da média diária do ano, de cerca de 7 bilhões de reais.

A forte baixa das ações de companhias elétricas pesou no Ibovespa, com investidores temerosos com intervenções do governo sobre o setor. As preferenciais de Cteep e Cesp perderam 9,89 e 6,68 por cento, respectivamente, e a ordinária da Eletrobras caiu 8,18 por cento.

Fora do Ibovespa, as ações da câmara de compensação Cetip e da Suzano Papel e Celulose registraram alta de 3,41 e de 2,74 por cento. Os dois ativos passam a integrar a carteira teórica do índice que vale de setembro a dezembro.

Dentre as blue chips, a preferencial da Petrobras perdeu 1,38 por cento, a 20,75 reais. Já OGX teve alta de 4,83 por cento, a 6,30 reais, e a preferencial da Vale avançou 2,66 por cento, a 33,18 reais.

A divulgação pela manhã de que a economia brasileira cresceu 0,4 por cento no segundo trimestre sobre o período de janeiro a março não chegou a influenciar os negócios na bolsa paulista. O desempenho fraco do Produto Interno Bruto (PIB) já era esperado pelo mercado.

ALTA À ESPERA DE BCS

Apesar do recuo na sessão, o Ibovespa encerrou agosto em alta de 1,72 por cento, na segunda alta mensal consecutiva.

"Os mercados operaram em agosto na expectativa de novos estímulos por bancos centrais, mas ainda não tivemos nada. Agora vamos ver se em setembro esses estímulos virão", afirmou o diretor da Mirae Asset Securities, Pablo Spyer, em São Paulo.

"Mas o clima de cautela continua, ainda existe muito nervosismo com relação à resolução da crise na Europa e também com relação à desaceleração da economia da China."

A preocupação com o ritmo de atividade do maior parceiro comercial do Brasil deve seguir no radar de investidores, segundo o economista Rodrigo Melo, da Mauá Sekular em São Paulo. "China seria o maior fator de risco para a bolsa brasileira, que é muito ligada à commodities."

O forte tombo dos preços do minério de ferro e os sinais de recuo na demanda chinesa pressionaram as ações preferenciais da Vale em agosto, levando a uma queda de 8,85 por cento no mês.

"Ainda vamos ter mais volatilidade pela frente. A cautela permanece, considerando o risco da China e várias decisões sobre estímulos monetários a serem tomadas em setembro, mas a perspectiva é um pouco mais positiva", disse Melo.

A proximidade com as eleições nos Estados Unidos também pode trazer alguma volatilidade adicional ao mercado, segundo o sócio da Método Investimentos em São Paulo, Alexandre Ghirghi.

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