Ibama pode impor mais R$ 60 mi de multa a Chevron por vazamento
29 nov2011 - 11h10
(atualizado às 11h12)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, afirmou nesta terça-feira que o governo pode impor à petroleira Chevron mais duas multas, uma de R$ 10 milhões e outra de R$ 50 milhões, por falta de um plano de emergência para conter o vazamento de óleo que ocorreu na Bacia de Campos e outra por danos ambientais. A empresa já foi penalizada com o pagamento de R$ 50 milhões o acidente no Campo de Frade, no Rio de Janeiro.
"Em dois dias, o Ibama concluirá se a análise cumpriu o plano de emergência. Se não cumpriu, serão multados em mais R$ 10 milhões. Há a hipótese de cobrar mais R$ 50 milhões pelo dano ambiental", disse o representante do governo. O presidente da Chevron Brasil, George Buck, decidiu não comparecer a uma audiência pública que é realizada nesta terça no Senado Federal, em Brasília, e designou o supervisor de Meio Ambiente da empresa, Luís Alberto Pimenta Borges Bastos, para esclarecer aos parlamentares as razões do vazamento de petróleo e as medidas de contenção do desastre ambiental.
"Esse acontecimento para a Chevron foi uma grande surpresa. Foram feitas todas as avaliações dominantes e tomados todos os rigores na operação para sobrelevar alguns valores sobre risco", disse o representante da petroleira ao negar ter havido "negligência" da companhia após o acidente. "Agimos rapidamente e conseguimos matar a fonte em quatro dias, o que é um resultado excelente", comentou.
Peritos sobrevoaram a Bacia de Campos nesta sexta-feira para avaliar as dimensões do vazamento de óleo no Campo de Frade
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A mancha se espalhou e perdeu densidade, segundo o Comando de Operações Navais da Marinha
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Embora mais extensa em área, a mancha segue com o mesmo volume, o que é avaliado como positivo pela Marinha, já que, dissolvido, o óleo teria menor potencial danoso ao meio ambiente
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
Expandida pelos ventos e pela maré, a mancha foi estudada por técnicos da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em um sobrevoo nesta sexta-feira
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A responsabilidade pela exploração da área é da empresa Chevron Brasil Upstream, que desde a última quarta-feira trabalha para conter o vazamento no fundo do oceano, a uma profundidade de 1,2 mil m e distante cerca de 120 km da costa
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
De acordo com a ANP, o primeiro estágio da cimentação do poço foi concluído com sucesso. Estima-se que a conclusão dos trabalhos ocorra nos próximos dias
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
A Chevron calcula que a mancha de óleo equivale ao volume de 65 barris na superfície, e que o total vazado chega a 650 barris
Foto: Rogério Santana / Governo do Rio / Divulgação
"Esse acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental num estado produtor de petróleo", alertou o governador do Rio, Sérgio Cabral, na inauguração de fábrica da Nestlé em Três Rios