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Governo de Roraima é "anti-indígena", diz presidente da Funai

22 jan 2010 - 18h47
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Ao comentar as liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF),que suspenderam parcialmente a demarcação de terras indígenas em MatoGrosso do Sul e em Roraima, o presidente da Fundação Nacional do Índio(Funai), Márcio Meira, disse que o governo do estado de Roraima é"anti-indígena".

"Nós sabemos que o governo de Roraima éanti-indígena. Isso foi demonstrado pelo caso da Raposa Serra do Sol e,como eles perderam nesse caso, estão querendo ver se conseguem umarebarba nessa nova terra indígena", disse Meira, em entrevista à AgênciaBrasil.

A liminar concedida pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, suspendeuparcialmente a demarcação da Terra Indígena Anaro, em Roraima,retirando a fazenda Topografia da área de posse dos índios. No dia 29de dezembro, o presidente do STF havia suspendido parte da demarcação da Terra Indígena Arroio-Korá, em Mato Grosso.

Emnota, o governo de Roraima afirma que é "estranho" o comportamento daFunai e que "a via democrática de discussão de litígios é do PoderJudiciário". O texto assinado pelo secretário estadual de Comunicação acrescenta que "o governo do estado, e não a Funai, é que levaestradas, energia elétrica, educação, saúde e desenvolvimento àscomunidades indígenas". "Portanto, anti-indigenista é quem tem aresponsabilidade legal de cuidar dos índios e os abandona à própriasorte", diz a nota.  

Segundo Meira, a Funai já está trabalhandocom a Advocacia-Geral da União (AGU) para recorrer à decisão doSupremo. "Na verdade, isso aí se resolve juridicamente. Nós sabemos que, em Mato Grosso do Sul, existe um movimento anti-indígena muito forte, que prejudica os índios guarani que vivem na região ".Meira não acredita que possa haver "retrocesso" nas decisõesjudiciais sobre a homologação de terras indígenas.

Agência Brasil Agência Brasil
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