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Governo assina protocolo para proteger crianças em desastres

11 jul 2012 - 23h55
(atualizado em 12/7/2012 às 00h00)
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Foi assinado nesta quarta-feira, durante a abertura da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília, o Protocolo Nacional para a Proteção Integral de Crianças e Adolescentes. A medida visa a proteger de forma imediata e prioritária crianças e adolescentes em situação de calamidades e eventos ambientais graves.

"Esse é o primeiro protocolo do tipo no mundo e serve como referência e contribuição do Brasil ao cenário internacional, em lugares que existem terremotos, por exemplo. Serão ações de abrigo que mapearão crianças e seus pais para que não tenhamos crianças desabrigadas sozinhas em momentos de desastres", disse a ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário.

O protocolo orienta agentes públicos estaduais, municipais e federais, sociedade civil, setor privado e agências de cooperação internacional para atuar, em situação de risco e desastres, no desenvolvimento de ações de preparação, prevenção, resposta e recuperação.

A solenidade de abertura também contou com a participação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele destacou que ainda há, no País, o descumprimento de leis que asseguram direitos a crianças e adolescentes e afirmou que há um esforço do governo federal e do Ministério Público Federal (MPF) em atuar com mais rigor em ações penais por abusos sexuais. Gurgel também defendeu a permanente reavaliação de casos de internação de adolescentes.

A presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Mirian Maria José dos Santos, ressaltou a necessidade de garantir recursos e autonomia para evitar o descumprimento de responsabilidades do Estado. "Morre um adolescente todos os dias. É como se acontecesse uma chacina de Realengo por mês. O Disque 100 já recebeu mais de 12 mil denúncias de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes, há 60 mil jovens cumprindo medidas socioeducativas no País. Em 2010, mais de 5 mil crianças morreram por acidentes que podiam ser evitados. A crise é, acima de tudo, um estado de espírito. Devemos percebê-la como potencial de novas oportunidades", afirmou Mirian dos Santos.

O objetivo da conferência é dar continuidade à mobilização entre os atores que constituem o sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes, além de debater a implementação das políticas previstas no Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que será finalizado durante o encontro.

A conferência é organizada pela SDH e pelo Conanda e segue até o próximo sábado. A participação da presidente Dilma Rousseff está prevista para esta quinta-feira, às 11h.

Agência Brasil Agência Brasil
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