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Governador eleito anuncia déficit de R$ 3,8 bilhões no DF

Grupo de transição responsável por analisar as contas da capital federal apontou riscos imediatos pelo descontrole nas contas. Aumento de impostos em 2015 não está descartado

13 dez 2014 - 13h04
(atualizado às 13h06)
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<p>Em entrevista coletiva neste sábado, 13, Rollemberg não descartou o aumento de impostos em 2015 para sanar as finanças distritais</p>
Em entrevista coletiva neste sábado, 13, Rollemberg não descartou o aumento de impostos em 2015 para sanar as finanças distritais
Foto: José Cruz / Agência Brasil

O governador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), afirmou neste sábado que o déficit nas contas da capital federal pode chegar a R$ 3,8 bilhões nos números consolidados de dezembro. De acordo com dados fornecidos pelo grupo responsável pela transição, o descontrole nas finanças geraram uma série de riscos para o próximo ano, que vão desde a possibilidade de paralisação de aulas nos ensino infantil e fundamental até a falta de remédios nos postos de saúde e hospitais. Rollemberg não descartou o aumento de impostos em 2015 para sanar as finanças distritais. Os dados são rejeitados pelo GDF.

Iniciada no mês passado, a transição do governo Agnelo Queiroz (PT) para o de Rollemberg teve problemas entre os grupos no início, com a dificuldade por parte do governador eleito em conseguir as informações necessárias para elaborar um diagnóstico sobre as contas. Porém, os dados começaram a chegar e, segundo o pessebista, foram montando um cenário pior do que o alertado durante a campanha eleitoral. "Já alertávamos sobre o apagão de gestão. Mas não imaginávamos que era tão grande. É uma total irresponsabilidade administrativa", criticou.

Dados do governo de transição apontam para um déficit nas contas de janeiro a outubro de R$ 1,63 bilhão. "Estes números são confirmados, oficiais, de tudo que foi publicado até agora", informou a coordenadora-executiva da transição, Leany Lemos. De acordo com ela, que é servidora do Senado e está cotada para assumir a Secretaria de Planejamento do DF, as projeções feitas com base no crescimento das receitas e dos gastos apontam que, em dezembro, o prejuízo do governo pode chegar a R$ 3,8 bilhões.

O resultado imediato deste prejuízo, segundo a transição, é que pela primeira vez na história do Distrito Federal, não será possível pagar os salários de janeiro com recursos previstos no orçamento do ano anterior. Para saldar os compromissos com os servidores, o Executivo terá que utilizar economias do Tesouro Distrital. Além disso, o grupo aponta outros problemas, de curto e médio prazo, caso os gastos não sejam reduzidos e as receitas ampliadas.

Serviços

Na área de educação, existe a preocupação com a possibilidade de as aulas da educação infantil e do ensino fundamental srem paralisadas a partir do ano que vem, que escolas fiquem sem acesso a energia elétrica, água, telefone e internet e ocorra o remanejamento obrigatório para outras unidades de ensino mais distantes. Hoje, isso só ocorre quando não há vagas disponíveis. Na rede pública do DF, os estudantes são alocados em centros educacionais de acordo com a localidade que moram.

Já na saúde pode faltar materiais e medicamentos nos hospitais e postos de saúde, interrupção no fornecimento de comida para pacientes, acompanhantes e servidores e perda da força de trabalho para paralisações e greves. Na segurança pública, os problemas imediatos são a suspensão dos serviços da Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade), responsável por atender as chamadas de emergência no 190. Outros problemas são paralisação de parte do transporte público, como ônibus e metrô, e até maio, da coleta de lixo nas cidades.

Reajuste

Por enquanto, Rollemberg evitou informar de forma direta quais medidas vai tomar para reduzir o prejuízo nas contas. No entanto, não descartou aumento de impostos como IPTU, IPVA e ICMS. "Não necessariamente [aumentaremos os impostos]. Vamos buscar também outras formas de aumento de receita", afirmou, ao ser questionado pelo Terra. Disse que, a partir do anúncio formal do secretariado, previsto para segunda-feira (15), serão analisadas as possibilidades. As imediatas serão os cortes de cargos comissionados, mas que, segundo o próprio governador eleito, terão pouco impacto na folha salarial. 

De acordo com o secretário de Comunicação do atual governo, André Duda, os números do governo de transição estão equivocados. "O governo não reconhece esses números e dados apresentados e está trabalhando para entregar o GDF no dia 1 de janeiro em perfeito funcionamento e com as contas em dia", afirmou. 

Fonte: Especial para Terra
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