PUBLICIDADE

General: recursos para monitoramento de fronteira não estão garantidos

22 ago 2013 - 14h51
(atualizado às 15h00)
Compartilhar
Exibir comentários

O comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, general Antonino dos Santos Guerra Neto, admitiu nesta quinta-feira que não existem garantias de recursos para o segundo ano de implantação do Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). Segundo ele, até agora, o dinheiro necessário foi liberado e o projeto piloto do programa criado para aumentar a vigilância e a proteção das fronteiras terrestres do País está sendo implementado.

Conheça o Hermes 450, o avião não tripulado da FAB

"O que chegou (de recursos) até este ponto está suficiente, mas me amedronta o ano que vem. Ou entramos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou entramos de forma adequada no orçamento do ano que vem. Como está previsto no PPA (Plano Plurianual), vamos levar 60 anos para concluir o projeto", disse o general.

O sistema foi criado em 2010, e a expectativa do governo era ter um instrumento de monitoramento e controle em uma faixa de 17 mil quilômetros de extensão nas fronteiras entre o Brasil e 11 países. O cronograma definido pelo governo é que o consórcio responsável pela implantação do Sisfron conclua todo o processo até 2021.

No final do ano passado, o Exército assinou o contrato com o consórcio Tepro, liderado por uma subsidiária da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), responsável pela implantação do projeto piloto do sistema em Dourados, Mato Grosso do Sul. A etapa inicial custará R$ 839 milhões e já foram empenhados R$ 80 milhões de um total de R$ 160 milhões previstos para este ano.

Para garantir que o cronograma seja cumprido dentro dos prazos estipulados, serão necessários mais de R$ 400 milhões no ano que vem. O temor sobre a falta de recursos é ainda maior quando se refere a fases futuras, nas quais, segundo Antonino Guerra, serão incorporados outros investimentos. O Exército pretende usar recursos como veículos aéreos não tripulados (Vant), também conhecidos como drones, no monitoramento das fronteiras.

De acordo com o general, a decisão não tem relação direta com a insegurança financeira, mas, como o compromisso é dar prioridade a conteúdo nacional, ou seja, equipamentos e máquinas produzidos no País, o Exército optou por dar mais prazo para que as empresas nacionais consigam produzir esses itens dentro de padrões mínimos de competitividade. No mercado brasileiro, há sinalização de que o primeiro drone militar comece a voar no próximo ano.

"Os drones não entraram agora. Fizemos a escolha entre o estado da arte e o mínimo necessário e decidimos que drones entram no próximo contrato para as empresas nacionais se prepararem. Fica ate mais barato comprar de fora, mas não queremos", explicou o general Antonino.

Marcus Tollendal, presidente da Savis Tecnologia e Sistemas, líder do consórcio contratado pelo Exército, endossou a preocupação. Segundo ele, o projeto começou agora e a necessidade de investimentos tende a aumentar ao longo da ampliação do sistema. "Até hoje, tudo o que foi feito está dentro dos prazos. Mas a perspectiva futura é, de fato, não termos segurança", disse Tollendal.

Ele acrescentou que, apesar das incertezas, o governo tem sinalizado que o Sisfron é sistema prioritário. "Obviamente, nossa vida seria mais fácil se todo o recurso já estivesse aprovado", ressaltou.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade