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General brasileiro diz que ajuda dos EUA no Haiti é importante

20 jan 2010 - 09h09
(atualizado às 10h35)
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As tropas dos Estados Unidos enviadas a Porto Príncipe proporcionarão um apoio importante para uma melhor distribuição da ajuda humanitária, afirmou o chefe militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o general brasileiro Floriano Peixoto.

Tropas americanas auxiliarão na distribuição de ajuda humanitária
Tropas americanas auxiliarão na distribuição de ajuda humanitária
Foto: Reuters

"Não tenho dúvidas de que a presença tanto dessa tropa dos Estados Unidos como da do Canadá representam um apoio importante para a ajuda humanitária e também para os esforços de reconstrução do país", afirmou o militar.

De acordo com Peixoto, o papel das forças americanas no Haiti é parte de "um acordo que será assinado com a ONU e que deixa claro que ficarão concentradas na ajuda humanitária". "Inclusive, já realizamos anteriormente em conjunto ações de ajuda humanitária", disse.

Dessa forma, o general brasileiro descartou de cara que as tropas americanas se dediquem às tarefas que correspondem ao mandato da Minustah, como "garantir a segurança, patrulhar as ruas e criar um ambiente tranquilo para reconstruir o país".

"A Minustah tem um mandato a cumprir e, ante a catástrofe que se abateu sobre o Haiti, estamos ainda mais determinados a cumpri-la", afirmou.

Por sua parte, o comandante das tropas brasileiras na Minustah, coronel João Batista Bernardes, afirmou que as negociações diplomáticas na ONU reafirmaram a função da missão e o papel que cumprirão as forças dos Estados Unidos, apesar de assegurar que haverá momentos em que os grupos trabalharão conjuntamente. "Há ações de distribuição de ajuda humanitária, por exemplo, que terão de ter um suporte de segurança", disse.

"A tropa brasileira se concentra no patrulhamento, na vigilância e no desarmamento, na desobstrução das vias públicas, remoção de escombros e dos corpos", afirmou.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no último dia 12, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 75 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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