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General afirma que não pode ser punido pelo caso Riocentro

15 mar 2014 - 08h29
(atualizado às 08h31)
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O general reformado Newton Cruz, 89 anos, afirma que não pode mais ser punido pelo atentado no Riocentro, ocorrido em 1981 no Rio de Janeiro, por se considerar protegido pela Lei da Anistia, que perdoou crimes praticados na ditadura militar. Sua defesa ainda argumenta que os supostos crimes prescreveram, depois de 33 anos. Denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) na reabertura das investigações sobre o episódio, Cruz admite que foi avisado com duas horas de antecedência de que militares estavam deixando a sede do DOI-Codi carioca para detonar uma bomba no centro de eventos, onde centenas de jovens assistiriam a um show pelo Dia do Trabalho. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo. 

No dia do atentado, o general contou que estava em Brasília, onde chefiava a agência central do Serviço Nacional de Informações (SNI), e não teria como impedir as explosões à distância. Ele alegou que não tomou nenhuma atitude por entender que a explosão ocorreria na casa de força do Riocentro, sem machucar ninguém. "Fui escalado o bode expiatório da revolução de 1964. Avisar a quem? Aí cerca tudo, e tal, e tinha um tumulto lá? Era o que eles queriam", disse.

Uma das bombas explodiu no estacionamento, em um Puma ocupado por dois militares. O sargento Guilherme do Rosário morreu no local. O inquérito original, que correu na Justiça Militar, tentou culpar organizações de esquerda pelo episódio. A farsa foi desmontada, mas ninguém foi punido. Na nova denúncia, o MPF pede que Cruz seja condenado a ao menos 36 anos e seis meses de prisão pela suposta prática de quatro crimes: tentativa de homicídio doloso, associação criminosa armada, transporte de explosivos e favorecimento pessoal. (Os procuradores dizem que (a bomba) atingiu outras pessoas, quem tava perto. Não foi ninguém ferido! Não aconteceu nada. Como eles põem aí, era como se fosse para atingir a área toda. Ninguém reclamou! Trinta anos depois, vão reclamar?", afirmou.

Fonte: Terra
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