PUBLICIDADE

Fotógrafo do Terra é ameaçado por policiais federais no Rio

Mauro Pimentel fazia registro da montagem do palco no Campus Fidei, onde o papa Francisco estará para vigília e missa

18 jul 2013 - 21h04
(atualizado às 21h10)
Compartilhar
Exibir comentários

Um fotógrafo do Terra foi hostilizado e ameaçado de prisão por três policiais federais, na tarde desta quinta-feira, quando registrava imagens da montagem do palco no Campus Fidei, em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, onde o papa Francisco celebrará a vigília e a missa de envio da Jornada Mundial da Juventude, no dias 27 e 28 de julho.

O fotógrafo Mauro Pimentel realizava seu trabalho, previamente combinado com a assessoria de imprensa do megaevento católico, enquanto alguns agentes da PF e homens da Polícia Militar realizavam uma inspeção de segurança rotineira, tendo em vista a presença do líder da Igreja Católica no local. "Fiz algumas fotos desses policias, dos militares, de operários e pessoas da produção no vai-e-vem. Quando tirei a câmera do rosto, vi que três pessoas do grupo da Polícia Federal acenavam para que eu fosse ao encontro deles", relatou Pimentel, que junto do assessor do evento, foi conversar com os agentes. 

"Expliquei que estava fazendo fotos das obras e que eles apareciam em algumas, mas em grupo e de costas. Nenhuma foto era de um policial em específico", contou. "Foi nesse momento que um deles questionou: 'Será que eu vou ter que te prender para você apagar essas fotos?' Os três (agentes que o abordaram) concordaram e começaram a pedir a câmera e a ordenarem para que eu apagasse as fotos", completou. 

O objetivo do Terra não era registrar rostos ou mesmo a atitude dos agentes da PF, mas uma vez que eles se encontravam no local foi feito o registro, apenas para ilustrar o trabalho jornalístico. A presença da polícia foi considerada normal pelo porte do evento. Envergonhado, o assessor de imprensa que acompanhava o fotógrafo pediu desculpas pelos atos lamentáveis. 

"Um deles reclamou que não aguentava mais jornalistas que acham que podem fazer imagem do que quiserem. Que outro dia apareceu numa matéria de uma TV apenas porque o chefe mandou", disse Pimentel, que por mais que perguntasse, não obteve identificação dos agentes que o ameaçaram com voz de prisão. Eles também ameaçaram lhe tirar o equipamento. Pimentel acabou sendo obrigado a apagar as imagens, mesmo que elas em nada comprometessem em termos de segurança. 

"O problema é que a abordagem foi totalmente errada e inconsequente. Me trataram como um cara que estava ali  'infiltrado'. Não me respeitaram como profissional, nem ao assessor, e não deram qualquer justificativa para as ofensas", finalizou o profissional, que ouviu palavrões a todo momento, antes de se retirar do local. 

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade