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Força-tarefa da Lava Jato nega negociação com Odebrecht para acordo de leniência

28 abr 2016 - 18h22
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O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador da República Deltan Dallagnol, negou que a Odebrecht esteja negociando com o Ministério Público Federal (MPF) um acordo de leniência, apesar de a companhia ter anunciado a decisão de realizar uma "colaboração definitiva" com os investigadores. 

Foto: Reuters

"Não existe uma negociação aberta com a empresa Odebrecht para fins de colaboração com essa empresa, para fins de leniência", garantiu o procurador durante entrevista coletiva em Curitiba, na qual os procuradores anunciaram uma nova denúncia contra o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, por lavagem de dinheiro.

A empresa divulgou a decisão de colaborar com a Lava Jato em março, após a deflagração da 26ª fase da operação, na qual os procuradores afirmaram terem descoberto uma estrutura operacional dentro da Odebrecht para pagamento de propinas. 

Ainda segundo Dallagnol, várias empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, investigado pela Lava Jato, estão procurando o MPF em busca de acordos. Ele disse, no entanto, que nem todas essas propostas são aceitas.

"Nós faremos acordos com uma ou de repente mais alguma. O objetivo é selecionar a melhor desse conjunto de empresas para que o interesse público seja atendido", detalhou o procurador.

Para o MPF, essa política de selecionar quais acordos de colaboração serão firmados é importante para desestimular a corrupção no Brasil.

"É necessário que o sistema penal funcione, para que elas tenham um exemplo como desincentivo para práticas de crimes e irregularidades", completou Dallagnol.

Além de Marcelo Odebrecht, também foram denunciados pelo Ministério Público nesta quinta o publicitário João Santana, marqueteiro das três últimas campanhas presidenciais do PT, e a mulher dele, Mônica Moura, além do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e de funcionários da Petrobras e da Sete Brasil.

Marcelo Odebrecht já foi condenado no início de março em uma ação penal da Lava Jato a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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