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Oriente Médio

Família imaginava que brasileira pudesse ser detida por Israel

1 jun 2010 - 11h17
(atualizado às 12h47)
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THAÍS SABINO
Direto de São Paulo

De acordo com o enteado da cineasta e ativista Iara Lee, George Gunt Junior, a família já esperava que ela pudesse ser presa na viagem. "A gente imaginou que ela pudesse ser detida antes de chegar a Gaza", disse ele. Mas, segundo Gunt, eles "não esperavam a posição que Israel tomou", em relação ao ataque dos militares às embarcações. Ele afirmou que Iara já havia sido presa em Israel em 2002, por estar com uma lista de contatos, com membros suspeitos ao governo.

Segundo Gunt, ele tem uma "relação de família" com Iara. O enteado chegou nesta terça-feira ao Brasil, onde mora, mas estava nos Estados Unidos, quando tudo aconteceu. "Meu pai estava muito abalado, estava difícil de ver ele daquele jeito", disse ele que foi passar uma temporada com a família em Nova York.

A informação que Gunt tem é de que a embaixada do Brasil entrou em contato com o seu pai, para dizer que Iara está bem. "A Iara se recusou a sair do país, acho que ela vai ser deportada hoje", afirmou. De Israel, Gunt acredita que a ativista vá para os EUA e depois para o Brasil. Segundo ele, a demora para notificar a família sobre o estado de Iara, foi porque ela estava com um passaporte dos EUA. "O governo brasileiro fez ótimo trabalho", disse Gunt.

Perguntado sobre como a família pensa a respeito do trabalho de Iara após o ocorrido, Gunt respondeu que o apoio é à paz buscada pela ativista. "A família toda sabe que é o caminho que a Iara escolheu, a gente sabe que ela é pacifista e que não apoia nenhuma luta armada, por isso a gente apoia", disse ele.

George Gunt costuma acompanhar a mulher nas viagens, segundo Gunt Junior. Mas, desta vez, ele havia passado por uma cirurgia e não estava em condições de viajar.

De acordo com Jackson Lee, primo da Iara, que mora em Nova Iorque, a família descobriu sobre o que tinha acontecido com a sua prima pelas notícias na televisão. "Fomos pegos de surpresa", afirmou. Ele disse que não foram informados pela embaixada sobre detalhes de quando Iara chegará ao Brasil, somente que ela se encontra bem. "A gente está na expectativa".

O ataque

A cineasta e ativista estava em uma das seis embarcações que seguia para Gaza e foi atacada por soldados israelenses, na madrugada de segunda-feira. Após ser localizada, Iara não quis deixar o país e foi encaminhada a uma prisão, onde aguarda ser deportada.

Nove pessoas morreram e aproximadamente 40 ficaram feridas no ataque aos seis navios que formavam a Frota da Liberdade, que levava ajuda humanitária a Gaza.

Países aliados e inimigos fizeram duras críticas ao governo de Israel devido ao ataque. É a primeira vez que o premiê Benjamin Netanyahu, que chegou ao poder em março de 2009 após a formação de uma coalizão de direita, enfrenta uma onda de críticas desta magnitude da opinião pública de seu país, após uma de menor intensidade em março após a pior crise diplomática com os EUA em décadas.

Israel divulga vídeo para justificar ataque a barcos:
Fonte: Especial para Terra
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