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FAB começa a montar hospital de campanha no Haiti

16 jan 2010 - 16h48
(atualizado às 16h54)
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A Força Aérea Brasileira (FAB) informou ter começado neste sábado a instalação do Hospital de Campanha da Aeronáutica (HCamp) em uma área ao lado da base brasileira General Bacelar, em Porto Príncipe, capital do Haiti. A equipe que trabalhará no local é formada por 48 militares da área da saúde, como médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos.

Lidovia Pierressaint foi resgatada após passar 82 horas sob os escombros, em Porto Príncipe
Lidovia Pierressaint foi resgatada após passar 82 horas sob os escombros, em Porto Príncipe
Foto: EFE

Segundo a FAB, a estrutura abriga 17 módulos, que incluem centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva (UTI), raio-X, laboratório e espaços para atendimento ambulatorial. O HCamp atenderá urgências e emergências, com capacidade de realizar cirurgias e de socorrer pacientes graves. Os profissionais e o material chegaram em duas aeronaves da FAB no final da noite de sexta-feira.

A equipe do hospital é chefiada pelo brigadeiro-médico José Maria Lins Calheiros, que atuou nos terremotos do México e de El Salvador na década de 80. A expectativa é que os atendimentos comecem a partir deste sábado.

O hospital de campanha da FAB é móvel, utilizado para curto período de internação e destinado a atender feridos em combate, composto de módulos (barracas) climatizados, que podem ser montados em diversas configurações, dependendo da necessidade. No Haiti, a unidade estará em sua configuração completa, com módulos adicionais para internações de curto período, além dos que servem ao atendimento ambulatorial.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Fonte: Redação Terra
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