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Exposição resgata 2 mil imagens das ditaduras na América Latina

25 abr 2013 - 12h14
(atualizado às 12h30)
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Panfleto que era distribuído pela polícia em 1968 com o rosto de procurados pela ditadura
Panfleto que era distribuído pela polícia em 1968 com o rosto de procurados pela ditadura
Foto: Arquivo exposição Onde a Esperança se Refugiou / Divulgação

Uma exposição multimídia vai percorrer o País expondo mais de 2 mil imagens e relatos de perseguição promovidas durante as ditaduras militares da América Latina para provocar a curiosidade das gerações mais jovens. A mostra Onde a Esperança se Refugiou foi organizada a partir de uma pesquisa foi feita pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH).

“O objetivo é mostrar de forma cativante o que aconteceu, nosso missão é provocar a curiosidade nos jovens de procurar mais, de que tenha esse caráter provocador, para que as pessoas pesquisem, busquem outras fontes”, afirma o presidente do MJDH, Jair Krischke.

A exposição abrirá as portas a partir desta quinta-feira das 18h, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, onde ficará até o dia 5 de maio, com entrada franca. Em julho, a mostra será instalada no Arquivo Público de São Paulo, e depois segue para Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife. Além disso, também serão exibidos 11 filmes que retratam a ditadura no País, incluindo a pré-estreia de Dossiê Jango, que ainda não foi exibido no circuito comercial.

Imagem de um comício realizado na Central do Brasil, no Rio de Janeiro
Imagem de um comício realizado na Central do Brasil, no Rio de Janeiro
Foto: Arquivo exposição Onde a Esperança se Refugiou / Divulgação

Foram quase 18 meses de trabalho de pesquisa que seria transformado em um livro, mas o apelo e alcance de uma exposição multimídia acabaram por mudar os rumos do trabalho. As pesquisas que passaram pelo Arquivo Público de São Paulo e em vários arquivos argentinos, que forneceram material relacionado a toda América Latina. “A partir de então começamos a pensar em uma exposição multimídia porque é algo vivo, disponível, que as pessoas usam no dia a dia”, explica Krischke, dizendo que a mostra perpassa por toda a história das ditaduras latinas.

A exposição foi divida em cinco eixos: Contexto Político Latino, Ditadura Militar no Brasil, O Movimento Justiça de Direitos Humanos, O Processo de Transição Política no Cone Sul – Anistia/Redemocratização e Políticas da Memória. “Nós começamos contextualizando o que aconteceu, porque não foi em uma bela manhã que os generais resolveram instaurar uma ditadura no País, havia um contexto internacional, a guerra fria, mostramos como isso foi contaminando a região, a importância que o Brasil teve nos golpes ocorridos na América Latina, em seguida como se organizou a resistência, as redes de solidariedade para salvar vidas, a história do movimento (MJDH)”, explica o ativista, dizendo que cerca de 3 mil pessoas foram refugiadas naquele período.

Ele conta que ainda se emociona com os relatos de sofrimento e esfacelamento de famílias na ditadura, e lembra o caso de um cidadão uruguaio que foi auxiliado pelo MJDH para fugir para a Suécia com a mulher grávida. O feto, hoje com 33 anos, o procurou para tentar compreender o que aconteceu com seus pais, uma vez que o progenitor cometeu suicídio cinco anos depois no exílio.

“Chorei, barbado e velho chorei... esse é o mal que essas ditaduras produziram, a aniquilação de famílias“, finaliza.

Serviço:

O que: Exposição Movimento de Justiça e Direitos Humanos – Onde a Esperança se Refugiou

Quando: De 26 de abril a 5 de maio, com abertura em 25 de abril, às 18h

Horário de visitação: segundas a sextas-feiras, das 14h às 19h; sábados, domingos e feriados das 9h às 19h

Onde: Centro Cultural Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551, Centro, Porto Alegre). Entrada franca

Fonte: Terra
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