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Excomunhão após aborto de menina foi 'radical', diz Temporão

5 mar 2009 - 12h48
(atualizado às 12h56)
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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta quinta-feira que a decisão da Igreja Católica de excomungar os envolvidos no aborto de uma menina de 9 anos no interior de Pernambuco foi "radical" e "inadequada".

A excomunhão foi anunciada ontem pelo arcebispo de Olinda e de Recife, d. José Cardoso Sobrinho. De acordo com a polícia, o padrasto da criança confessou que abusava da garota.

"A lei brasileira é muito clara: a interrupção da gravidez é autorizada em caso de estupro. Trata-se de uma criança e, do ponto de vista biológico, não acredito que ela tivesse condições de levar a termo essa gestação de gêmeos", disse, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro.

Para Temporão, o ato de excomungar os envolvidos no aborto é um contra-senso diante do que aconteceu à criança, vítima de estupro pelo padrasto. "Fiquei chocado com os dois fatos: com o que aconteceu com a menina e com a posição desse religioso que, equivocadamente, ao dizer que defende uma vida, coloca em risco uma outra tão importante."

A menina está em uma maternidade pública do Recife, onde foi internada na última terça-feira, quando começou a receber medicamentos para interromper a gravidez. No fim da manhã de ontem, a direção do hospital confirmou o aborto.

Agência Brasil Agência Brasil
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