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EUA devem ampliar laços de defesa com o Brasil, sugerem especialistas

30 ago 2012 - 16h21
(atualizado às 17h12)
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Os Estados Unidos devem seguir o exemplo da França e incentivar intercâmbios de suas indústrias aeronáuticas com o Brasil, recomendou esta semana um centro de análise em Washington. A estratégia é uma maneira de cultivar uma relação mais estreita com o País na área de defesa.

"A França, principal fornecedora de armas para o Brasil, usou o comércio na área da defesa como uma forma de estreitar a relação estratégica, o que culminou com a assinatura de uma aliança em 2008", afirma o artigo do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês). "Os Estados Unidos, que, tradicionalmente, não tinham um grande comércio de defesa com o Brasil, poderiam obter resultados similares se pusessem maior ênfase nesse tema", diz ainda o artigo.

O Brasil ainda não se decidiu sobre a compra de 36 aviões de combate de última geração, para o qual três empresas fizeram licitação: o fabricante francês Dassault com o avião Rafale, a americana Boeing com o F/A-18 Super Hornet e a sueca Saab com o Gripen NG. O governo brasileiro exige a transferência de tecnologia para produzir e vender suas próprias aeronaves e, até o momento, a França se comprometeu a uma transferência tecnológica sem restrições, o que posiciona melhor o Rafale.

"A hesitação americana em transferir tecnologia é compreensível. O desenvolvimento de tecnologia sensível é caro e significa uma vantagem estratégica de peso em uma guerra", considerou o CSIS. "Mas oferecer ao Brasil essa tecnologia melhoraria sua capacidade para liderar em assuntos regionais de segurança e fortaleceria as relações bilaterais", também ponderou.

"Os Estados Unidos devem se abrir à importação de material de defesa brasileiro para responder às necessidades atuais e futuras. É com uma base firme de relação comercial em defesa que a relação estratégica entre Brasil e Estados Unidos pode se fortalecer", acrescentou.

Os Estados Unidos irritaram o Brasil em fevereiro quando anularam um contrato de US$ 355 milhões por 20 aviões Super Tucano da fabricante brasileira Embraer. O fato também comprometeu os interesses na Boeing, que busca o contrato de US$ 5 bilhões pela venda dos 36 caças ao Brasil.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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