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Estudo confirma potencial de bactéria no combate ao zika

4 mai 2016 - 13h26
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Pesquisadores comprovam que a bactéria wolbachia, quando presente no mosquito Aedes aegypti, é capaz de reduzir a transmissão do vírus. Descoberta pode ser crucial para controle das infecções no país.

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comprovaram que a bactéria wolbachia, quando presente no mosquito Aedes aegypti, é capaz de reduzir a transmissão do vírus zika. Publicado na edição desta quarta-feira (04/05) da revista científica Cell Host & Microbe, o estudo integra o projeto internacional “Eliminar a dengue: Desafio Brasil”.

Trazido ao país pela Fiocruz, o projeto estudava originalmente o uso da bactéria como uma alternativa natural, segura e sustentável para o controle da dengue. Agora, no entanto, foi ampliado para o combate ao chikungunya e ao zika. A descoberta pode ser crucial para o controle das infecções no país.

O estudo usou quatro grupos de mosquitos Aedes aegypti: duas gaiolas continham mosquitos Aedes aegypti com wolbachia, criados em laboratório pela equipe do projeto, e duas gaiolas com insetos sem a bactéria, coletados no Rio de Janeiro. Todos eles foram alimentados com sangue humano contendo duas linhagens do vírus zika circulantes no Brasil: metade das gaiolas recebeu sangue com uma cepa isolada em São Paulo, enquanto a outra, com cepa isolada em Pernambuco.

Depois de 14 dias do contato com o vírus, os especialistas coletaram amostras de saliva de dez mosquitos com wolbachia e de dez mosquitos sem a bactéria. O objetivo era infectar 160 Aedes e analisar se eles seriam infectados pelo vírus presente nas salivas.

O resultado foi animador: nenhum dos 80 mosquitos que recebeu saliva de Aedes com wolbachia se infectou com o zika. Por outro lado, 85% dos mosquitos que receberam saliva de Aedes sem wolbachia ficaram altamente infectados. A presença da bactéria – comum em artrópodes – aparentemente impede que o mosquito seja infectado pelo vírus.

“Por mais que a saliva dos Aedes aegypti com wolbachia apresentasse partículas virais de zika, em nenhum caso a saliva foi capaz de infectar outros mosquitos. Esses dados são similares aos observados anteriormente sobre o potencial de transmissão do vírus dengue por Aedes aegypti com wolbachia. Isso nos mostra que o uso de mosquitos com a bactéria também tem potencial para ser utilizado para controle da transmissão do vírus zika”, destaca o pesquisador Luciano Moreira, coordenador do estudo e líder do projeto ‘Eliminar a dengue: Desafio Brasil'.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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