Veja 5 rotas para economizar com transporte na Região Norte
O transporte rodoviário de cargas é o principal meio para que mercadorias cheguem aos consumidores em todo o Brasil. Com mais investimentos em infraestrutura, essa logística ganharia eficiência.
Com o objetivo de mostrar as saídas para economizar com o transporte de carga, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou recentemente um sobre competitividade logística nas cinco regiões do País: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A partir de hoje divulgaremos as principais conclusões deste levantamento dividido por regiões.
“Esse trabalho veio de uma ideia de que, além da disponibilidade de investimento e transporte, precisamos de algo em termos de planejamento. A ideia é saber como propor obras, em termos técnicos e também visando os interesses de escoamento do setor produtivo”, explica Ilana Ferreira, analista de Políticas e Indústria da CNI.
“Avaliamos por região e setor o melhor trajeto e o mais utilizado. Com isso fazemos uma previsão de crescimento até 2020 e também previmos redução de custo de transporte”, comenta Ilana.
Para começar, a região analisada é a Norte. O estudo mostra que o setor produtivo gasta cerca de R$ 33,5 bilhões por ano com o transporte de cargas neste local. Esse custo poderia ser reduzido com a conclusão de obras que tornariam a movimentação de mercadorias mais ágil e eficiente. Isso seria bom tanto para o setor produtivo, que teria custos menores, quanto para os caminhoneiros, que gastariam menos com manutenção e ficariam menos tempo nas estradas, e também para os consumidores finais, que certamente pagariam menos pelos seus produtos.
“Temos grande dificuldade em transportar a carga porque as estradas são ruins e também porque a estrutura dos portos, por exemplo, também não são boas e isso nos faz perder muito tempo para carregar e descarregar”, desabafa o caminhoneiro Leandro Melo.
No caso da Região Norte, o levantamento mostra que é necessário consolidar nove eixos logísticos para integrar a malha de transportes, com investimentos de R$ 30,1 bilhões. Alguns deles precisam de melhorias. Caso as obras fossem concluídas, a região economizaria cerca R$ 5 bilhões por ano com transporte de cargas.
Veja a seguir as cinco rotas que, com mais investimentos, poderiam garantir redução de despesas no transporte de cargas.
1. HIDROVIA JURUENA/TAPAJÓS - A hidrovia foi idealizada para ligar o norte de Mato Grosso ao Rio Tapajós, no Pará, mas o projeto ainda está na prancheta. Uma vez navegável, o rio será essencial para escoar a produção agroindustrial, como soja, derivados e carnes, dos estados do Centro-Oeste para o Norte.
Investimento: R$ 3,9 bilhões.
Economia anual: R$ 1,8 bilhão (valor baseado no volume de carga estimado para 2020).
2. HIDROVIA DO RIO MADEIRA - Importante rota para a agroindústria, o Rio Madeira liga Porto Velho (RO) ao Rio Amazonas. É a hidrovia com maior volume de cargas do país, mas precisa de melhorias na navegabilidade, como sinalização e dragagem - obras que ampliam a profundidade do rio para permitir a tráfego de navios maiores.
Investimentos: R$ 702,8 milhões
Economia anual: R$ 96 milhões (2020).
3. BR-163, VIA MIRITITUBA (PA) - A rodovia é a principal ligação por terra entre o Centro-Oeste e o Norte e está em obras há 40 anos. Sua conclusão é essencial para direcionar a produção agroindustrial para portos do Rio Tapajós, no Pará, desafogando rodovias e portos do Sul e Sudeste.
Investimento: R$ 1,4 bilhão
Economia anual: R$ 945,7 milhões (2020).
4. HIDROVIA DO RIO TOCANTINS E BR-242 - Um dos principais braços do Rio Amazonas, o Tocantins deve ser rota importante para escoar a produção do leste de Mato Grosso e do próprio estado de Tocantins para o Norte. Mas é preciso pavimentar a rodovia e garantir a navegabilidade do rio.
Investimento: R$ 4,8 bilhões
Economia anual: R$ 895,6 milhões (2020).
5. BR-364 - A rodovia liga Cuiabá (MT) a Porto Velho (RO) e é importante rota para escoar a produção do oeste mato-grossense para a Hidrovia do Madeira. A estrada precisa de melhorias.
Investimento: R$ 1,1 bilhão
Economia anual: R$ 248 milhões (2020).