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"Estou sendo massacrado", diz pai do menino Bernardo

Médico Leandro Boldrini alega inocência e diz que "a vida acabou"

27 mai 2015 - 15h51
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O médico Leandro Boldrini, pai do menino Bernado e um dos acusados pela morte do garoto, depôs hoje no Fórum de Três Passos, no Rio Grande do Sul. Aparentando calma, o médico respondeu aos questionamentos da defesa e da acusação, sempre negando envolvimento com a morte do filho, assassinado aos onze anos em abril de 2014. Usando um colete a prova de balas, Boldrini falou por 3h10 sobre sua relação com o filho e os fatos envolvendo o final de semana do desaparecimento de Bernardo. 

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Questionado sobre a relação da mulher com o caso, o réu garante que apenas ficou sabendo da relação dela com o crime na hora em que foi preso. Segundo o médico, Graciele afirmou que o garoto dormiria na casa de um amiguinho na sexta-feira, o que fez com que ele não se preocupasse com o sumiço do garoto por dois dias: "achei que ele apareceria na escola na segunda-feira", disse. Apesar disso, Leandro ressaltou que chegou a procurar por Bernardo ainda no domingo, alegando preocupação.

Bernardo Uglione Boldrini foi encontrado enterrado em uma cova rasa no interior de uma área de matagal em Frederico Westphalen, cidade vizinha a Três Passos, onde o garoto morava
Bernardo Uglione Boldrini foi encontrado enterrado em uma cova rasa no interior de uma área de matagal em Frederico Westphalen, cidade vizinha a Três Passos, onde o garoto morava
Foto: Facebook / Reprodução

Sobre os vídeos em que Bernado aparece sendo vítima de violência psicológica dentro de casa e que foram gravados por Boldrini, o réu ressalta que "serviriam como provas para um tratamento psiquiátrico", uma vez que o médico classifica Bernardo como "um menino que não sabia ouvir não". Apesar disso, afirma que tratava os filhos de forma igualitária, ressaltando que a rotina de trabalho o deixava distante. Leandro e Graciele tem juntos uma filha de dois anos que está sob os cuidados da família da mãe. 

Um dos pontos altos do depoimento foi quando Leandro afirmou que está sendo massacrado pela mídia: "estão querendo me cravar facas, meu filho está morto, minha vida está destruída". Além disso, afirmou que sua inocência é "cristalina" e pediu ao juiz que autorizasse sua soltura do presídio onde cumpre pena. Questionado sobre a própria relação com o pai, disse que "para dar um abraço era uma dificuldade", numa nítida intenção de justificar a relação de frieza com Bernardo. 

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Em outro ponto, Leandro foi questionado sobre o porquê de não ter participado da 1ª Comunhão do filho: "achei que ele não iria se importar". O médico ressalta, também, que se recuperava de um acidente automobilístico à época, mas mesmo assim preferiu participar de um casamento de amigos em outra cidade do que ir à celebração religiosa do filho. 

Na frente do Fórum de Três Passos uma vigília aguarda a finalização dos depoimentos. Ainda hoje serão ouvidas Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovikz, todos acusados da morte do menino.

Bernardo Uglione Boldrini foi encontrado enterrado em uma cova rasa no interior de uma área de matagal em Frederico Westphalen, cidade vizinha a Três Passos, onde o garoto morava. O corpo foi coberto com pedras e soda cáustica, para acelerar a decomposição. Os principais suspeitos são o pai e a madrasta, além de dois amigos da família.

Fonte: Terra
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