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Empresas aéreas preparam plano para reduzir impactos de greve

20 dez 2011 - 19h14
(atualizado às 19h30)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) prepara um plano de contingência para reduzir os impactos da greve dos aeronautas nas viagens de fim de ano. Funcionários do setor aéreo ameaçam paralisar as atividades a partir das 23h da próxima quinta-feira, 22 de dezembro. Segundo informações da assessoria de imprensa do Snea, o plano tem participação da Infraero (estatal que controla a maior parte dos aeroportos brasileiros), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Secretaria de Aviação Civil.

Segundo o sindicato, ainda "há esperanças" de não haver greve no setor. As empresas aéreas também preparam medidas "que vão ser tomadas", mas a assessoria de imprensa não quis adiantar que ações serão essas.

Os funcionários não abrem mão de um reajuste salarial de 7%, mas as empresas aéreas somente aceitam pagar 6,17%, o correspondente à inflação do ano. Ontem, uma audiência de conciliação entre os grevistas e representantes das companhias aéreas terminou sem acordo. Mesmo assim, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou hoje que há espaço de negociação para evitar que funcionários de aeroportos entrem em greve e disse acreditar que os passageiros não terão problemas para viajar.

Acordo parcial

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) fechou nesta terça-feira um acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (FNTTA), entidade ligada à Força Sindical com representatividade no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Amazonas. Para o consultor de Recursos Humanos do Snea, Odilon Junqueira, o acordo praticamente encerra qualquer possibilidade de haver paralisação no setor às vésperas do Natal.

"As empresas aéreas estão empenhadas para que não haja nenhum transtorno no final do ano. Têm absoluta confiança nos aeronautas e aeroviários, sabem que são profissionais sérios e jamais entrariam nessa aventura de fazer uma greve na véspera do Natal, deixando a sociedade brasileira refém dessa situação", disse. Perguntado qual a chance que haver uma greve, Junqueira foi categórico: "zero". O otimismo é por causa dos ganhos obtidos pelas categorias de aeroviários (pessoal de terra) e aeronautas (tripulação).

"Foi feito um acordo possível. Repusemos integralmente a inflação. Os pisos salariais serão todos reajustados em 10%, assim como os tíquetes-refeição e as cestas básicas. Também foi criado um novo piso salarial para operadores de equipamentos", informou.

O novo piso acordado será de R$ 1 mil para o pessoal que trabalha em terra, operando veículos de reboque e puxando cargas e bagagens. Antes a categoria não tinha piso unificado, o que permitia pagamento de valores diferenciados entre as empresas, geralmente abaixo do novo piso.

Contraponto

No entanto, não participaram dessa reunião, no Rio de Janeiro, representantes dos aeronautas, que incluem pilotos, co-pilotos e comissários, nem da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, disse hoje que o indicativo de greve está mantido para as 23h do próximo dia 22.

Klafke afirmou que a Fentac representa 60 mil trabalhadores, entre aeroviários (pessoal de terra) e aeronautas (embarcados). "Nós insistimos na necessidade de algum índice de aumento real. Além disso, temos divergência quanto a um novo piso que reivindicamos para operador de equipamento. Nós queremos R$ 1,1 mil e eles oferecem R$ 1 mil. São as duas divergências que separam o Snea e os sindicatos da Fentac, que são a grande maioria dos aeroviários e dos aeronautas", disse.

O presidente explicou que a categoria não desejava empurrar para o final do ano, próximo ao período de festas, a negociação e a possibilidade de greve. "Nós antecipamos a entrega da pauta em setembro, fizemos esforço para negociar antes, tentamos marcar reunião desde o início de outubro, mas as empresas não aceitaram. Cancelaram reuniões, prometeram contrapropostas e não enviaram", explicou. "Só em novembro elas fizeram a única proposta de 3% e não se movimentaram mais. Isso fez com que a negociação chegasse neste momento de conflito em uma época muito ruim para todos."

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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